quarta-feira, 4 de maio de 2011

Curiosidade clitóriana

Bom, sempre tive muita curiosidade em ver os mais diferentes e tamanhos de clitóris, consegui uma boa amostra do blog trepamosporprazer, é uma postagem antiga dele.

Já que no post abaixo falamos de "clitóris avantajados"...

O irresistível sex appeal dos clitóris grandes...
só elas são dotadas de um orgão cuja única função é lhes dar prazer...
Um bom entendimento do clitóris é essencial para a saúde sexual e felicidade da mulher!
O clitóris tem sido negligenciado e merecedor de pouca atenção, no geral, por isso mostramos alguns "magnificos" exemplares...



















O velho mundo e um mundo novo
A Guerra Fria, que dominou a segunda metade do século 20, teve seu principal campo de batalha – desarmada, ou quase, é claro – na Europa.
A batalha do capitalismo pelos “corações e mentes”, num território onde os partidos socialistas e comunistas eram fortes, se travou com duas armas, essencialmente: o “welfare state”, o estado do bem-estar social e o apelo ao consumo, que afinal se impôs a partir do final dos anos 70.
As massas proletárias nacionais – e, em vários países, emigrantes – do pré-guerra passaram a ser classes médias, ao ponto de diversos países “importarem” da África, das suas ex-colônias e da Ásia a mão-de-obra adequada aos chamados “trabalhos subalternos”.
Hoje, uma pesquisa mostrou que ofinal do milênio e o início do século 21 trazem, para os países desenvolvidos, um quadro inverso a este.
O coeficiente de Gini dos paises da Europa e demais desenvolvidos, passou de 0,28 para 0,31 – um aumento de 10% – consideradas duas décadas e meia. Este índice que mede a desigualdade de renda e, quanto mais próximo de zero, mais igualitário . Em 22 países desenvolvidos 17 se tornaram mais desiguais. Escaparam apenas Turquia ( que entra por ser da Zona do Euro), Grécia, França, Hungria e Bélgica.
Até o fim de semana, publico um artigo do Prêmio Nobel Samuel Stziglic (aceito ofertas de tradutores voluntários…) mostrando que a desigualdade nos EUA também subiu, e muito.
Pela correria do dia, porém só agora pude trabalhar com alguns companheiros, na leitura do estudo do economista Marcelo Nery, da Fundação Getúlio Vargas, “Desigualdade e Renda na Década”, também divulgado hoje.
E vou transcrever, para que não pairem dúvidas sobre alguma “torcida” deste blogueiro:
“No período de 2003 a 2009, o crescimento da renda real per capita da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar, do IBGE) foi de 69% (…) [e a dos] 10% mais ricos (…)12,8%. Ou seja, a taxa de crescimento dos mais pobres foi 550% maior que a dos mais ricos”.
Nossos índices de distribuição de renda, é claro, ainda estão muito longe dos europeus. Ainda é 0,53 nosso coeficiente de Gini, mas bem abaixo do 0,61 dos anos 90. Irônico é que chegamos, agora, em nível semelhante à distribuição de renda que tínhamos nos anos 60, o que prova como fizeram mal a este país.
O estudo é muito bom, e você pode ter acesso aqui, na íntegra, mas vou respeitar o cansaço e a nossa incapacidade de peneirar tudo o que há de relevante nele.
O importante, penso eu, é vermos que existe em curso a abertura de um novíssimo mundo nos países ditos “emergentes” como nós, a China, a Índia. Um lugar onde o crescimento econômico – ainda injusto e desigual, mascom estes fatores mitigados por uma política de soberania nacional e de justiça social – retomaram o sonho de progresso como fator de dignidade para todos que a crise do capitalismo tornou ter sido abandonado como parâmetro das políticas econômicas.
O novo é isso, também. A incapacidade do que é velho de oferecer soluções econômicas que correspondam ao interessse coletivo.

Do sitio tijolaço

Política

Bin Laden está morto. Missão cumprida?
Antonio Luiz M. C. Costa
CartaCapital
Escreveu uma internauta retuitada pelo cineasta Michael Moore: “Depois de dez anos, duas guerras, 919.967 mortes e 1,188 trilhão de dólares, conseguimos matar uma pessoa”. Objetivamente, é pouco mais que isso. Embora (propositalmente?) anunciado no 66º aniversário do anúncio da morte de Adolf Hitler, o assassinato de Osama bin Laden não tem um significado comparável. A Al-Qaeda não é uma máquina de guerra convencional e centralizada à beira do colapso, como era o exército nazista em 1º de maio de 1945. Talvez resulte mais próximo do que foi o 1º de maio de 2003, quando Bush júnior anunciou a “missão cumprida” no Iraque, mas o problema mal estava começando.
Segundo os Estados Unidos, Bin Laden estava em uma confortável construção de três andares, cercada de muros de quatro a cinco metros ao lado de um colégio de elite e a dois quarteirões de uma delegacia de polícia na cidade turística de Abbottabad, a 116 quilômetros ou duas horas de estrada da capital, Islamabad (cerca de 55 quilômetros em linha reta). Em termos de Brasil, seria como estar em uma mansão em um dos bairros centrais de Campos do Jordão. Ou melhor, em Resende, visto que o local também está a uma breve caminhada de uma das principais academias militares do Paquistão.
O presidente dos EUA fez do anúncio um discurso cuidadosamente balanceado e um espetáculo muito bem montado. Como quem encarna um herói de Hollywood, iniciou com um “eu planejei, comandei e determinei a morte de Osama bin Laden” e encerrou com “Vamos sempre defender a Justiça e a Liberdade. Deus os abençoe e abençoe a América”. Deu as costas para a câmera e caminhou majestosamente pelo tapete vermelho até o fim do corredor, como um caubói que sai de cena cavalgando para o entardecer, enquanto aparecem os créditos finais.
Bush júnior teve um momento equivalente ao pousar um caça no porta-aviões Abraham Lincoln e fazer seu discurso de vitória sobre Saddam Hussein, com direito a tomadas igualmente heroicas e hollywoodianas. Conseguiu enganar o público o suficiente para ser reeleito em 2005, mas sua popularidade desmoronou em seguida e arrastou-se melancolicamente até o fim do segundo mandato. Obama repetirá o mesmo roteiro?
De qualquer forma, a curto prazo e do ponto de vista da política interna dos EUA, foi um golpe de mestre. Logo depois de reduzir ao ridículo o rival republicano Donald Trump e sua obsessão com a certidão de nascimento do presidente, Obama posa como o herói de guerra e hábil comandante. Em 40 minutos, com um pelotão de forças especiais da Marinha, atingiu o objetivo que Bush júnior garantiu visar durante dois mandatos, mobilizando para isso todo o aparato militar e de inteligência dos EUA e envolvendo o país em duas guerras inúteis e catastróficas para sua economia e relações internacionais.
Yes, we can? Obama não pôde cumprir as promessas de reformas sociais, ambientais e econômicas pelas quais foi eleito, nem sequer fechar a prisão de Guantánamo, mas ao menos cumpriu uma promessa do governo anterior. Pode ser o bastante para garantir sua reeleição, vista a fraqueza das candidaturas republicanas, mas é improvável que a aura da vitória se estenda sobre o resto do Partido Democrata nas eleições legislativas. Assim, o resultado será provavelmente a continuação do impasse político até 2016. A menos que o presidente consiga capitalizar a façanha a ponto de mobilizar a opinião pública em favor da política social e econômica democrata e soterrar a demagogia do Tea Party, o que até agora não se mostrou disposto a fazer.
Do ponto de vista internacional e do campo de batalha real, é pouco provável que a morte de Bin Laden mude o jogo. Sua importância pessoal sempre foi muito exagerada por uma mídia ansiosa por vilões. Mesmo a Al-Qaeda é apenas um aspecto do fundamentalismo islâmico, que é anterior a essa organização em particular, é muito mais amplo e não deixará de existir enquanto não mudarem as condições que o tornaram influente entre as massas muçulmanas humilhadas. A própria forma como foi morto basta para demonstrar que o problema é muito mais vasto. Bin Laden certamente não teria vivido anos em um centro urbano de alta classe média sem a cumplicidade total das Forças Armadas e do serviço de inteligência paquistaneses.
Antonio Luiz M.C.Costa é editor de internacional de CartaCapital e também escreve sobre ciência e ficção científica.

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Política

Júlia Dias Carneiro Da BBC Brasil no Rio de Janeiro
Na última década, a desigualdade no Brasil chegou ao nível mínimo já registrado no país, e a renda da metade mais pobre da população aumentou em ritmo 5,5 vezes mais rápido que a da minoria mais rica do país, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
De acordo com o pesquisador Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da FGV, a renda dos 50% mais pobres no Brasil cresceu 67,93% ao longo da última década (dezembro de 2000 a dezembro de 2010), enquanto a renda dos 10% mais ricos teve incremento de 10,03%.
"É como se os pobres estivessem num país que cresce como a China, enquanto os mais ricos estão em um país relativamente estagnado", compara Neri.
Segundo o pesquisador, os principais efeitos por trás da redução da desigualdade são, em primeiro lugar, o aumento da escolaridade, e em segundo, programas sociais de redistribuição de renda.
Núcleo duro
Intitulado "Desigualdade de Renda na Década", o estudo se baseou em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e da Pesquisa Mensal do Emprego (PME), ambos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para traçar um panorama da década.
A conclusão de Neri é de que o período merece o título de "década de redução da desigualdade", assim como os anos 1960/70 teriam sido os do milagre econômico; os anos 1980, os da redemocratização; e os 1990, os da estabilização.
A pesquisa mostrou que a pobreza caiu 67,3% desde o início do Plano Real, em 1994, até 2010.
A redução da pobreza foi de 50,64% durante a era Lula, entre dezembro de 2002 e dezembro de 2010. Já do início do Plano Real, incluindo o mandato de Fernando Henrique Cardoso, até 2002, a queda foi de 31,9%.
"A pobreza caiu dois terços de seus valores iniciais nos últimos 17 anos, mas agora entramos no terço mais difícil, onde está o núcleo duro de pobreza. É onde as metas de erradicação vão encontrar mais dificuldades", diz Neri.
'Para os nossos filhos'
De acordo com o estudo, a desigualdade chegou a seu mínimo histórico em 2010. O parâmetro é o índice Gini, que chegou ao valor mais baixo no Brasil desde a primeira pesquisa do Censo que investigou a renda dos brasileiros, em 1960.
O Gini varia de 0 a 1, e quanto mais alto, maior a desigualdade. O Brasil chegou ao ápice em 1990, com 0,609. Desde então, viu queda progressiva no indicador, até chegar ao mínimo de 0,530 no ano passado.
"Ainda é um nível de desigualdade muito alto, mas está em queda. Para chegar a um nível médio de desigualdade, como o norte-americano (cerca de 0,42), ainda vai levar uns 30 anos. Vai ser algo para os nossos filhos", diz Neri.
Ele ressaltou, entretanto, que "algo diferente" está acontecendo no Brasil em relação a outros países emergentes, como Rússia, Índia e África do Sul, nos quais a desigualdade vem aumentando.
Apesar de a escolaridade ter sido identificada como o principal fator por trás da redução da desigualdade, o estudo mostrou que a renda de analfabetos vem aumentando em ritmo maior que daqueles que chegaram à universidade, e que o "prêmio educação" - o valor do salário em relação ao número de anos estudados – teve queda.
De acordo com dados da Pnad, entre 2001 e 2009, os analfabetos obtiveram incremento de 47% na renda, enquanto pessoas com nível de escolaridade a partir do superior incompleto tiveram queda de 1% nos ganhos.
"O trabalho pouco qualificado ficou mais valorizado no Brasil, como o de empregadas domésticas, operários da construção civil, trabalhadores agrícolas", diz Neri.
"Em parte, isso pode ocorrer porque programas sociais como o Bolsa Família tenham aumentado o salário reserva dessas pessoas, que só se dispõem a trabalhar com um salário razoável. Mas ainda é preciso estudar o fenômeno mais a fundo."
Neri aponta que os maiores ganhos reais de renda no período foram de "grupos tradicionalmente excluídos", ou seja, os que costumavam ser listados nos extremos mais desvantajosos dos panoramas da desigualdade.
O aumento da renda de pessoas e pardas, por exemplo, foi maior em relação às brancas, e o das mulheres foi maior em relação aos homens.
"É uma redução dos diferenciais", diz Neri. "A desigualdade segue caindo, então aqueles identificados como grupos de menor renda estão subindo."
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Política

por Mauro Santayana, Jornal do Brasil

Os Estados Unidos celebram a morte de bin Laden, e um ex-embaixador brasileiro considerou-a “espetacular”. É melhor ver a morte de qualquer homem, bom ou mau, como a morte de parte de nós mesmos. Como no belo poema em prosa de Donne, any man’s death diminishes me, because I am involved in mankind, and therefore never send to know for whom the bell tolls; it tolls for thee. A morte de qualquer homem me diminui, disse o poeta, porque sou parte da Humanidade, e, por isso, não pergunte por quem os sinos dobram; eles dobram por você. Todos nós morremos um pouco, quando as Torres Gêmeas vieram abaixo, e todos nós morremos quase diariamente com os que tombam e tombaram, na Palestina, no Iraque, no Afeganistão, na Costa do Marfim, no Realengo, em Eldorado dos Carajás, na Candelária e nas favelas brasileiras.

Os americanos comemoram nas ruas a morte de bin Laden, enquanto nos países muçulmanos outros oram pelo homem que consideram mártir. Como parte da Humanidade, talvez não nos conviesse a euforia pela execução sumária de bin Laden, nem a consternação por sua morte. Os atentados de Nova Iorque – de resto, nunca assumidos de forma cabal pelo saudita – foram crime brutal contra a Humanidade, bem como todos os atos de terrorismo, ao longo das duas últimas décadas. Mas a vingança exercida pelos comandos norte-americanos não pode ser aplaudida. Foi um ato de guerra, cometido contra a soberania do Paquistão, desde que ao governo de Islamabad não foi solicitada autorização prévia para a operação – segundo informou o diretor da CIA, Leon Panetta.

Isso nos leva a outra leitura de John Donne: não pergunte que povo foi atingido pela intervenção militar norte-americana. Todos nós fomos atingidos, não só por essa operação bélica e pela agressão à Líbia, mas também, no passado, pela intromissão, política, militar, econômica, das elites que controlam o governo de Washington, desde a guerra de anexação de territórios soberanos do México, movida pelo presidente Polk, em 1846. O México perdeu a metade de seu território, e os Estados Unidos ganharam mais de um quarto do que já ocupavam no norte do hemisfério. Essa vitória excitou a voracidade imperialista dos Estados Unidos, mais tarde explícita no fundamentalismo do “Destino Manifesto”.

Devemos ser cautelosos quando procuramos entender o momento atual. Comentaristas internacionais, sob o calor destas horas, tentam pensar nas conseqüências imediatas, e há os que discutem se o homem morto em Abbottab (o nome da cidade é homenagem ao general James Abbott, que serviu nas forças de ocupação da Índia no século 19) é mesmo bin Laden – que começou a sua vida de combatente como aliado dos norte-americanos contra os soviéticos, no Afeganistão dos anos 80. Tenha sido ele, ou não, importa pouco. Osama era apenas um símbolo, na clandestinidade imposta pelas circunstâncias. O que importa, e muito, é o que virá a ocorrer não nos próximos dias, que serão de pausa e perplexidade, mas nos próximos meses e anos.

O perigo maior, e desdenhado, é o de que o conflito atual, iniciado com a ocupação da Palestina por Israel, se transforme realmente em guerra declarada entre os países capitalistas ocidentais, que se identificam como cristãos, e os muçulmanos. Quem definiu a agressão como cruzada foi Bush, ao afirmar que Deus o havia convocado a matar Saddam. E conforme o livro clássico de Essad Bey, todos os movimentos no Oriente Médio, entre eles a ocupação judaica da Palestina, se fazem na busca da posse de seu petróleo. No passado, o saqueio se fazia em nome da “civilização” e, hoje, se faz também em nome da “modernidade”.

No fundo do regozijo, há sementes de medo. Esse medo é muito mais poderoso do que foi o saudita, de 54 anos e, segundo informações não desmentidas, a um tempo amigo e sócio dos Bush nos negócios de petróleo.


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