segunda-feira, 6 de junho de 2011

Lindas

Vasta e profunda análise de "Eduardo e Mônica"

A música Eduardo e Monica da banda Legião Urbana esconderia uma implicância com o sexo masculino?
Atenção para a data: 01/07/2001

O falecido Renato Russo era, sem dúvida, um ótimo músico e um excelente letrista. Escreveu verdadeiras obras de arte cheias de originalidade e sentimento. Como artista engajado que era, defendia veementemente seus pontos de vista nas letras que criava. E por isso mesmo, talvez algumas delas excedam a lógica e o bom senso. Como no caso da música Eduardo e Mônica, do álbum "Dois" da Legião Urbana, de 1986, onde a figura masculina (Eduardo) é tratada sempre como alienada e inconsciente, enquanto a feminina (Mônica) é a portadora de uma sabedoria e um estilo de vida evoluidíssimos. analisemos o que diz a letra.

Logo na segunda estrofe, o autor insinua que Eduardo seja preguiçoso e indolente (Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar; Ficou deitado e viu que horas eram) ao mesmo tempo que tenta dar uma imagem forte e charmosa à Mônica (enquanto Mônica tomava um conhaque noutro canto da cidade como eles disseram). Ora, se esta cena tiver se passado de manhã como é provável, Eduardo só estaria fazendo sua obrigação: acordar. Já Mônica revelaria-se uma cachaceira profissional, pois virar um conhaque antes do almoço é só para quem conhece muito bem o ofício.

Mais à frente, vemos Russo desenhar injustamente a personalidade de Eduardo de maneira frágil e imatura (Festa estranha, com gente esquisita). Bom, "Festa estranha" significa uma reunião de porra-loucas atrás de qualquer bagulho para poderem fugir da realidade com a desculpa esfarrapada de que são contra o sistema. "Gente esquisita" é, basicamente, um bando de sujeitos que têm o hábito gozado de dar a bunda após cinco minutos de conversa. Também são as garotas mais horrorosas da via-láctea. Enfim, esta era a tal "festa legal" em que Eduardo estava. O que mais ele podia fazer? Teve que encher a cara pra agüentar aquele pesadelo, como veremos a seguir.

Assim temos (- Eu não estou legal. Não agüento mais birita). Percebe-se que o jovem Eduardo não está familiarizado com a rotina traiçoeira do álcool. É um garoto puro e inocente, com a mente e o corpo sadios. Bem ao contrário de Mônica, uma notória bêbada sem-vergonha do underground.

Adiante, ficamos conhecendo o momento em que os dois protagonistas se encontraram (E a Mônica riu e quis saber um pouco mais Sobre o boyzinho que tentava impressionar). Vamos por partes: em "E a Mônica riu" nota-se uma atitude de pseudo-superioridade desumana de Mônica para com Eduardo. Ela ri de um bêbado inexperiente! Mais à frente, é bom esclarecer o que o autor preferiu maquiar. Onde lê-se "quis saber um pouco mais" leia-se" quis dar para"! É muita hipocrisia tentar passar uma imagem sofisticada da tal Mônica.

A verdade é que ela se sentiu bastante atraída pelo "boyzinho" que tentava impressionar"! É o máximo do preconceito leviano se referir ao singelo Eduardo como "boyzinho". Não é verdade. Caso fosse realmente um playboy, ele não teria ido se encontrar com Mônica de bicicleta, como consta na quarta estrofe (Se encontraram então no parque da cidade A Mônica de moto e o Eduardo de camelo). Se alguém aí age como boy, esta seria Mônica, que vai ao encontro pilotando uma ameaçadora motocicleta. Como é sabido, aos 16 (Ela era de Leão e ele tinha dezesseis) todo boyzinho já costuma roubar o carro do pai, principalmente para impressionar uma maria-gasolina como Mônica.

E tem mais: se Eduardo fosse mesmo um playboy, teria penetrado com sua galera na tal festa, quebraria tudo e ia encher de porrada o esquisitão mais fraquinho de todos na frente de todo mundo, valeu?

Na ocasião do seu primeiro encontro, vemos Mônica impor suas preferências, uma constante durante toda a letra, em oposição a uma humilde proposta do afável Eduardo (O Eduardo sugeriu uma lanchonete Mas a Mônica queria ver filme do Godard). Atitude esta, nada democrática para quem se julga uma liberal.

Na verdade, Mônica é o que se convencionou chamar de P.I.M.B.A (Pseudo Intelectual Metido à Besta e Associados, ou seja, intelectuerdas, alternativos, cabeças e viadinhos vestidos de preto em geral), que acham que todo filme americano é ruim e o que é bom mesmo é filme europeu, de preferência francês, preto e branco, arrastado para caralho e com bastante cenas de baitolagem.

Em seguida Russo utiliza o eufemismo "menina" para se referir suavemente à Mônica (O Eduardo achou estranho e melhor não comentar. Mas a menina tinha tinta no cabelo). Menina? Pudim de cachaça seria mais adequado. Ainda há pouco vimos Mônica virar um Dreher na goela logo no café da manhã e ele ainda a chama de menina? Além disto, se Mônica pinta o cabelo é porque é uma balzaca querendo fisgar um garotão viril. Ou então porque é uma baranga escrota.

O autor insiste em retratar Mônica como uma gênia sem par. (Ela fazia Medicina e falava alemão) e Eduardo como um idiota retardado (E ele ainda nas aulinhas de inglês). Note a comparação de intelecto entre o casal: ela domina o idioma germânico, sabidamente de difícil aprendizado, já tendo superado o vestibular altamente concorrido para Medicina. Ele, miseravelmente, tem que tomar aulas para poder balbuciar "iéis", "nou" e "mai neime is Eduardo"! Incomoda como são usadas as palavras "ainda" e "aulinhas", para refletir idéias de atraso intelectual e coisa sem valor, respectivamente.

Na seqüência, ficamos a par das opções culturais dos dois (Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus, De Van Gogh e dos Mutantes, De Caetano e de Rimbaud). Temos nesta lista um desfile de ícones dos P.I.M.B.A., muito usados por quem acha que pertence a uma falsa elite cultural. Por exemplo, é tamanha uma pretensa intimidade com o poeta Manuel de Souza Carneiro Bandeira Filho, que usou-se a expressão "do Bandeira". Francamente, "Bandeira" é aquele juiz que fica apitando impedimento na lateral do campo. O sujeito mais normal dessa moçada aí cortou a orelha por causa de uma sirigaita qualquer. Já viu o nível, né? Só porra-louca de primeira. Tem um outro peroba aí que tem coragem de rimar "Êta" com "Tiêta" e neguinho ainda diz que ele é gênio!

Mais uma vez insinua-se que Eduardo seja um imbecil acéfalo (E o Eduardo gostava de novela) e crianção (E jogava futebol de botão com seu avô). A bem da verdade, Eduardo é um exemplo. Que adolescente de hoje costuma dar atenção a um idoso? Ele poderia estar jogando videogame com garotos de sua idade ou tentando espiar a empregada tomar banho pelo buraco da fechadura, mas não. Preferia a companhia do avô em um prosaico jogo de botões! É de tocar o coração. E como esse gesto magnânimo foi usado na letra? Foi só para passar a imagem de Eduardo como um paspalho energúmeno. É óbvio, para o autor, o homem não sabe de nada. Mulher sim, é maturidade pura.

Continuando, temos (Ela falava coisas sobre o Planalto Central, Também magia e meditação). Falava merda, isso sim! Nesses assuntos esotéricos é onde se escondem os maiores picaretas do mundo. Qualquer chimpanzé lobotomizado pode grunhir qualquer absurdo que ninguém vai contestar. Por que? Porque não se pode provar absolutamente nada. Vale tudo! É o samba do crioulo doido. E quem foi cair nessa conversa mole jogada por Mônica? Eduardo é claro, o bem intencionado de plantão. E ainda temos mais um achincalhe ao garoto (E o Eduardo ainda estava no esquema escola - cinema - clube - televisão). O que o Sr. Russo queria? Que o esquema fosse "bar da esquina - terreiro de macumba - sauna gay - delegacia"?? E qual é o problema de se ir a escola?!?

Em seguida, já se nota que Eduardo está dominado pela cultura imposta por Mônica (Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia, teatro, artesanato e foram viajar). Por ordem:

1) Teatro e artesanato não costumam pagar muito imposto.

2) Teatro e artesanato não são lá as coisas mais úteis do mundo.

3) Quer saber? Teatro e artesanato é coisa de viado!!!

Agora temos os versos mais cretinos de toda a letra (A Mônica explicava pro Eduardo Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar). Mais uma vez, aquela lengalenga esotérica que não leva a lugar algum. Vejamos: Mônica trabalha na previsão do tempo? Não. Mônica é geóloga? Não. Mônica é professora de química? Não. A porra da Mônica é alguma aviadora? Também não. Então que diabos uma motoqueira transviada pode ensinar sobre céu, terra, água e ar que uma muriçoca não saiba?

Novamente, Eduardo é retratado como um debilóide pueril capaz de comprar alegremente a Torre Eiffel após ser convencido deste grande negócio pelo caô mais furado do mundo. Santa inocência... Ainda em (Ele aprendeu a beber), não precisa ser muito esperto pra sacar com quem... é claro, com a campeã do alambique! Eduardo poderia ter aprendido coisas mais úteis, como o código morse ou as capitais da Europa, mas não. Acharam melhor ensinar para o rapaz como encher a cara de pinga. Muito bem, Mônica! Grande contribuição!

Depois, temos (deixou o cabelo crescer). Pobre Eduardo. Àquela altura, estava crente que deixar crescer o cabelo o diferenciaria dos outros na sociedade. Isso sim é que é ativismo pessoal. Já dá pra ver aí o estrago causado por Mônica na cabeça do iludido Eduardo.

Sempre à frente em tudo, Mônica se forma quando Eduardo, o eterno micróbio, consegue entrar na universidade (E ela se formou no mesmo mês em que ele passou no vestibular). Por esse ritmo, quando Eduardo conseguir o diploma, Mônica deverá estar ganhando o seu oitavo prêmio Nobel.

Outra prova da parcialidade do autor está em (porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação). É interessante notar que é o filho do Eduardo e não de Mônica, que ficou de segunda época. Em suma, puxou ao pai e é burro que nem uma porta.

O que realmente impressiona nesta letra é a presença constante de um sexismo estereotipado. O homem é retratado como sendo um simplório alienado que só é salvo de uma vida medíocre e previsível graças a uma mulher naturalmente evoluída e oriunda de uma cultura alternativa redentora. Nesta visão está incutida a idéia absurda que o feminino é superior e o masculino, inferior. É sabido que em todas culturas e povos existentes o homem sempre oprimiu a mulher. Porém, isso não significa, em hipótese alguma, que estas sejam melhores que os homens. São apenas diferentes. Se desde o começo dos tempos o sexo feminino fosse o dominador e o masculino o subjugado, os mesmos erros teriam sido cometidos de uma maneira ou de outra. Por que? Ora, porque tanto homens quanto mulheres e colunistas sociais fazem parte da famigerada raça humana. E é aí que sempre morou o perigo. Não importa que seja Eduardo, Mônica ou até... Renato!

Adolar Gangorra tem 71 anos, é editor do periódico humorístico Os Reis da Gambiarra e não perde um show sequer dos "The Fevers".


Leia mais em: O Esquerdopata
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segunda-feira, 6 de junho de 2011


GOOGLE ESTÁ “MATANDO” SEUS BLOGS – FOTOS, SEGUIDORES, COMENTÁRIOS E LOGUIN ESTÃO FUNCIONANDO PRECARIAMENTE.



Não sei se o problema do GOOGLE (BLOGGER) com o blogspot é só no Brasil ou é “geral”, mas, o fato é que o “sistema” vem apresentando uma série de falhas, difíceis de serem engolidas pelos autores de blog.

Há quem tenha perdido todos os seguidores, quem tenha perdido amigos, por que o sistema “deletou” blogs que eram “linkados”. Há quem não consiga se logar para fazer comentários ou publicar com regularidade fotos, e ainda encontre dificuldade para acessar certos blogs (é o meu caso).

Recebo alguns emails, e os amigos me dizem que não conseguem também por vezes nem acessar meu blog. Tudo isso interfere na qualidade e regularidade com que matérias são publicadas, e isso é quesito fundamental para que um blog mantenha sua audiência de visitas, comentários, cliques em anúncio......

Fica difícil de entender como uma empresa do porte do GOOGLE, com a estrutura que possui, demora tanto para resolver problemas de natureza técnica e ainda não dá explicação rápida e satisfatória.

Reitero aqui meu pedido de desculpas aos leitores / visitantes e aos companheiros de outros blogs por que não estou conseguindo manter a regularidade de contatos. Fiz tudo o que podia no sentido de colocar o 007BONDeblog funcionando normalmente, infelizmente não consegui até agora sucesso, e, confesso, estou prestes a dar uma parada, jogando a toalha.

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PASSAGEM DO ANO
(Carlos Drummond de Andrade)
 
O último dia do ano
não é o último dia do tempo.
Outros dias virão
e novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis,
farás viagens e tantas celebrações
de aniversário, formatura, promoção, glória, doce morte com
                  [sinfonia e coral,
que o tempo ficará repleto e não ouvirás o clamor,
os irreparáveis uivos
do lobo, na solidão.
 
O último dia do tempo
não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida
onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário,
uma mulher e seu pé,
um corpo e sua memória,
um olho e seu brilho,
uma voz e seu eco,
e quem sabe até se Deus...
 
Recebe com simplicidade este presente do acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras espreitam a morte,
mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
e de copo na mão
esperas amanhecer.
 
O recurso de se embriagar
O recurso da dança e do grito,
o recurso da bola colorida,
o recurso de Kant e da poesia,
todos eles... e nenhum resolve.
 
Surge a manhã de um novo ano.
 
As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gasto renova-se em espuma.
Todos os sentidos alerta funcionam.
 
A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.
 
 

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Na Argentina, imagens impresionantes


Um amigo fez uma animação com as imagens impressionantes da erupção do Puyehue, vulcão que fica localizado ao sul do Chile e achei legal partilhar com vocês. São de um terrível beleza. A erupção do vulcão – que estava inativo há mais de 50 anos – obrigou as autoridades chilenas a evacuarem cerca de 3,5 mil pessoas que moram nos arredores do local

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Licença para matar e desmatar
ESCRITO POR LEO LINCE   
SÁB, 04 DE JUNHO DE 2011 05:42


Existe, sim, um nexo efetivo entre a votação do Código Florestal e os novos assassinatos de trabalhadores rurais. Não adianta negar. Por mais que cause irritação em setores do governo, nos donos do agronegócio e nos políticos que lhes prestam serviço no parlamento brasileiro, tal vínculo existe. É ele, aliás, que explica também o surto atual de crescimento das áreas desmatadas.

Quem aperta o gatilho, claro, é um pistoleiro de aluguel. Mata, arranca a orelha para provar a execução do serviço, recebe o pago do mandante e fica acoitado na espera de novas encomendas. Pistolagem, grileiros, contrabando de madeira de lei, desmatamento ilegal, entre outras, são violências antigas no campo brasileiro. Mas flutuam de intensidade a depender das relações de forças na política. Os que assassinam opositores e destroem florestas estão, na quadra atual, certos da impunidade, e se imaginam respaldados de cima.

O método do arrastão com correntes entre tratores abre clareiras quilométricas. Por sua ostensiva visibilidade, só é praticado quando se tem a absoluta certeza da impunidade. O mesmo acontece com o assassinato de trabalhadores com militância ambiental. Trata-se de recado para sinalizar posição de mando, intimidar, definir quem reina no pedaço. Sem garantia de impunidade, seria um tiro pela culatra. São crimes conexos e articulados ao estupro do Código Florestal. Quando os conservadores ostentam maioria em cima, os que barbarizam na base nadam de braçada.

Estufadinhos de dinheiro, os donatários do agronegócio estão com a bola toda na política. A corporação dos ruralistas hegemoniza um espantoso arco de alianças. Os maiores partidos da mal chamada oposição, PSDB e DEM, votaram com eles. A maioria da base de apoio do governo, o PMDB unido e boa parte do PT, também. Vale ressaltar, para espanto de alguns, o papel desempenhado no processo pelos ex-comunistas do PC do B. O deputado Aldo Rabelo, com seu semblante de jagunço, foi o relator da matéria e assumiu a condição de grande timoneiro da proposta conservadora. Segundo as más línguas, ele operou, na linha chinesa, como bom discípulo de Deng Xiaoping: “não importa a cor do gato, importa é que ele financia campanha...”.

O governo, atordoado pelo descontrole total de sua base, reagiu como quem ainda não sabe o que fazer. Formou grupo interministerial, criou comissões. Michel Temer, o vice em exercício, antigo mordomo que agora dá cartas, requentou velhos programas e liberou grana parca para pequenos deslocamentos burocráticos. Quantia ridícula, que não paga palestra do Lula, nem consultoria do Palocci. Maria do Rosário, responsável pelos direitos humanos, disse que não pode garantir segurança sequer para um terço da lista dos ameaçados de morte.

Os marcados para morrer que se cuidem, pois a alma do governo está empenhada ao agronegócio. Como afirmou o advogado da Comissão Pastoral da Terra em Marabá, José Batista Afonso, “o governo desde o início optou por acordo com setores ligados ao agronegócio para garantir a governabilidade e abriu mão de implementar políticas públicas que contrariassem esses interesses”. Tratados a leite gordo, os herdeiros da violência secular do latifúndio vão continuar aprontando, da ponta engomadinha até a cauda envenenada.

Donatário de capitania, senhor de engenho, latifundiário, grande fazendeiro, ruralista, os nomes mudam, mas a mentalidade é a mesma. São tiranos de baraço e cutelo, donos de gado e gente, portadores de uma arrogância consolidada em cinco séculos de latifúndio. Os debates sobre o Código, transmitidos ao vivo pela TV Câmara, atualizaram esta triste realidade.

Em pleno século 21, a hegemonia dos reacionários nos faz lembrar Oswald de Andrade. Na mesma década do século passado, falando sobre realidades vindas de séculos anteriores, ele escreveu um poema que parece mais atual do que nunca. O título, ao modo da época, é “Senhor Feudal”.  São cinco breves versos que resumem o que continua valendo: “Se Pedro Segundo/Vier aqui/Com história/Eu boto ele na cadeia”.

Os donos da terra se julgam donos de tudo e não aceitam qualquer limite para seu arbítrio absoluto: não precisam de licença para matar e desmatar.

Léo Lince é sociólogo.











domingo, 5 de junho de 2011

05 DE JUNHO – DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE - NO BRASIL, 007BONDeblog ENTREGA O TROFÉU “MOTOSERRA”

A edição 2011 do “TROFÉU MOTOSERRA” instituído pelo nosso Blog, traz nas suas várias modalidades (OURO, PRATA, BRONZE, CHUMBO GROSSO, LATA, FERRO, PAU E MENÇÃO DESONROSA) várias surpresas bastante desagradáveis, com a presença de deputados que fizeram por merecer a premiação por sua aliança espúria e criminosa para o meio ambiente, votando ao lado dos ruralistas do atraso e dos madeireiros e desmatadores.

Conheça os “VENCEDORES

MOTOSERRA DE OURO – DEPUTADO ALDO REBELO – SURPRESA super desagradável. Um “comunista”, integrante de partido que faz parte da base que apóia o governo, se aliou aos deputados ruralistas e fez um relatório que “estuprou’ o Código Florestal. Já entrou (pela porta dos fundos) para a História do Brasil.

MOTOSERRA DE PRATA – SENADORA KÁTIA ABREU – A representante do ruralismo atrasado e devastador, diz que os recentes assassinatos de ambientalistas e pequenos agricultores, barbaramente executados, e com o requinte de terem orelhas arrancadas para servirem de “troféu” a ser entregue e exibidos pelos mandantes, “são crimes comuns”. A postura de DONA KÁTIA É VERGONHOSA.


MOTOSERRA DE BRONZE – PARA O NOVO PARTIDO (PMRDB) – PARTIDO DOS MADEIREIROS, RURALISTAS, DESMATADORES DO BRASIL QUE UNIU, TOTAL OU PARCIALMENTE OUTROS PARTIDOS (PMDB, PSDB, DEM, PR, PCdoB, PPS, PT...) NO CRIME DE ESTUPRO DO CÓDIGO FLORESTAL.


MOTOSERRA DE CHUMBO GROSSO – PARA OS MANDANTES E EXECUTORES DE CRIMES NO CAMPO – COVARDES !

MOTOSERRA DE LATA – DEPUTADA JANDIRA FEGHALI – Votou com o atraso, apoiou a barbaridade capitaneada por seu colega de bancada – Comunista de LATA !

MOTOSERRA DE PAU – Para a Cara de Pau do Deputado Stepan Nercessian. Como ator é horroroso, na condição de deputado conseguiu se mostrar pior. Votou com o atraso.



MOTOSERRA DE FERRO – PARA O POVO BRASILEIRO – Que vai assistir o aumento da degradação do meio ambiente e sofrer as conseqüências cada vez mais destruidoras e fatais do aquecimento global e desrespeito a natureza.

MOTOSERRA MENÇÃO DESONROSA – PARA O GOVERNO FEDERAL E SUA BASE DE APOIO, ESTABELECIDA EM TERRENO DAS AREIAS MOVEDIÇAS DE INTERESSES MESQUINHOS.


Os ventos mudaram, mas nós não mudamos

Por Zé Dirceu
Dica do Blog de Marcelo Souza

O cenário político do país agora é outro. Tanto a mídia, quanto a oposição mudaram. Agora, dizem que a presidenta, Dilma Rousseff, não é mais independente de Lula e do PT, imagem que foi cultivada durante os primeiros cinco meses do ano.
A interpretação da ordem do dia é de que Lula e o PT interferem no Governo, por mais absurda que seja, já que Dilma foi eleita pelo PT e Lula foi seu principal apoiador.
O balanço da gestão, tão promissor há duas semanas, passou a ser ruim. Uma votação que não tem viés partidário ou de Governo, a do Código Florestal, polêmica por definição, transformou-se em grande prova da fragilidade do Governo Dilma.
O PMDB, que antes era atacado e rejeitado como aliado pela mídia e pela oposição, agora é instado a se rebelar, romper com o Planalto ou ocupar seu lugar. A pergunta é: qual é esse lugar? Nas páginas dos jornais, é o de governar no lugar da presidenta e do PT.
Também no campo econômico, antes, tudo era uma maravilha, a presidenta era elogiada pela disposição em fazer um ajuste fiscal, ainda que se lançassem dúvidas quanto à capacidade de atingir o objetivo de economizar R$117,9 bilhões em 2011.
Os resultados apareceram: queda da inflação, superávit de 4,5% no ano (49% da meta prevista de ajuste em apenas quatro meses!), crescimento mantido acima de 4%, perspectiva de criação de mais de 2,5 milhões de empregos, manutenção de programas sociais e criação de novos programas, como a Rede Cegonha, o Pronatec, e intensificação da luta contra a pobreza.
Mas, de repente, num piscar de olhos, tudo fica errado.
Problemas normais na construção de uma grande hidroelétrica como Belo Monte transformam-se, junto com a votação do Código Florestal, em sinal de crise.
A gritaria também tem se dado a respeito do kit anti-homofobia e um livro do MEC, que reconhece o modo de falar popular, mas que recebeu enxurrada de críticas em sua maioria de pessoas que não leram o livro por inteiro.
Em todos esses casos, o Governo Dilma tomou decisões corretas, assim como nas diretrizes propostas ao Código Florestal. A mídia esperava que o governo retrocedesse em tudo e insistiu no cenário de crise. Mas que crise é essa?
Governar com uma coalizão ampla como a nossa, a maior já costurada na história do país; consolidar a aliança estratégica com o PMDB; fazer as reformas política e tributária; manter a economia em crescimento.
Definitivamente, não são tarefas fáceis e nem as faremos sem tensões, vitórias e derrotas, avanços e recuos. Esse é o jogo normal e previsto da política.
Mas, se analisarmos cada caso, veremos que seguimos no caminho certo.
A política do Banco Central mudou, bem como a política cambial, porque o cenário internacional já não é o mesmo. Fizemos o certo ao não aceitarmos a anistia e a legislação estadual no caso do Código Florestal. Mantivemos o crescimento sem descuidar da inflação e das contas públicas.
Está claro que acabou a lua de mel. E fica a certeza: a mídia e a oposição não mudaram.
Sua natureza e seu DNA continuam os mesmos. Nós, tampouco, mudamos. Estamos na rota certa.
A presidenta, Dilma Rousseff, tomou em suas mãos as rédeas das obras da Copa do Mundo-2014 e determinou a concessão dos aeroportos. Abriu corretamente um dialogo direto com o PMDB na pessoa de seu vice, Michel Temer, e seguramente vai superar os problemas normais da relação entre dois grandes partidos.
Além disso, a chefe do Governo vai reorganizar a relação política com o Congresso Nacional e com os partidos aliados, retomando a nossa agenda e não a da oposição.
Na pauta estão o combate à pobreza, a reforma tributária, a política industrial, melhoras no SUS (Sistema Único de Saúde) e manutenção do crescimento com redução da pobreza.
Sem se abalar com a gritaria da mídia e da oposição, que estão em seu papel. A nós, resta cumprir o nosso papel, que é o de governar, e bem.
José Dirceu, 65, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT




Carta dos Blogueiros Progressistas do Rio de Janeiro
Somos jovens, somos não tão jovens. Somos homens e mulheres, meninas e meninos. Temos todas as cores, todas as religiões, diferentes crenças ideológicas, mas apenas um compromisso: liberdade com justiça social. Somos centenas e não baixamos a cabeça para ninguém. Somos os blogueiros progressistas do estado do Rio de Janeiro.
No atual estágio da luta de classes, a blogosfera é uma trincheira fundamental na defesa dos trabalhadores contra a selvageria e crueldade do capitalismo. Nossos blogs tornaram-se ferramentas de grande utilidade nas batalhas cotidianas contra as mentiras contadas e recontadas diariamente pela velha mídia golpista. Milhares de blogs nascem a cada dia, como flores anunciando a primavera. A cada embuste desferido pelos tradicionais meios de comunicação, ganha força o ativismo nas redes sociais, temperado no fogo da luta!
Como na bela canção de Chico Science, percebemos que “nos organizando podemos desorganizar”. Seguiremos nessa toada enquanto a ditadura da mídia prosseguir obstruindo um debate político mais livre. Depois disso, outras frentes de batalha virão, porque a luta pela justiça social é eterna.
Nos dias 6 a 8 de maio deste ano, realizamos o I Encontro Estadual de Blogueiros Progressistas do Rio de Janeiro. Com a presença de mais de 200 blogueiros de todo o estado (e vários de outras regiões do país) trocamos experiências, acumulamos debate, confraternizamo-nos alegremente, manifestamo-nos corajosamente em frente à sede da Rádio CBN - a rádio que troca a notícia –, e aprovamos a criação da Associação de Blogueiros do Estado do Rio de Janeiro (ABERJ).
Se você é blogueiro ou simpatizante da blogosfera e se indigna com a opressão midiática, então você é nosso companheiro.
Blogueiros Progressistas de todo o mundo, uni-vos!
Entre as propostas aprovadas na assembleia final do I Encontro Estadual de Blogueiros Progressistas do Rio de Janeiro estão:
- Apoio a PEC da Banda Larga;
- Defesa da neutralidade da rede;
- Luta pela aprovação do Conselho Estadual de Comunicação;
- Criação do Marco regulatório da comunicação;
- Pela simplificação da regularização das rádios comunitárias;
- Criação da "Associação dos Blogueiros do estado do Rio de Janeiro - ABERJ";
- Criação de uma linha de publicidade pública para blogs;
- Defender a simplificação dos processos de legalização de rádios comunitários;
- Moção de solidariedade ao blogueiro Esmael Morais, do Paraná, perseguido pelo governo daquele estado;
- Moção de solidariedade ao blogueiro carioca Ricardo Gama, que sofreu um hediondo atentado, no Rio de Janeiro, provavelmente em virtude de suas denúncias políticas.

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