quarta-feira, 25 de maio de 2011

Respeite o meu caminho !! REpeteco

"Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas possa mudar o mundo; de fato, sempre foi somente assim que o mundo mudou."

Fritjof Capra

Respeite o meu caminho !!


"Se a realidade te alimenta com merda,meu irmão,a mente pode te alimentar com flores." Caio Fernando de Abreu

Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes




DEBATE ABERTO

O esgoto da natureza humana

O 18 de maio tornou-se Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes em homenagem à menina Araceli Cabrera Crespo. Há 38 anos, ela foi sequestrada, drogada, estuprada e morta em Vitória, no Espírito Santo. Tinha 8 anos.

Abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, que tem seu dia de luta nacional em 18 de maio, é tema inescapável, mas nada fácil. Mexe com o esgoto do esgoto da natureza humana. Revira o estômago. Provoca o avesso da alma. No que me cabe, saio do sério, definitivamente. 
Escrever sobre assuntos desta natureza dói, mais do que sempre. Quanto mais quando se sabe que, assim como os casos de violência contra a mulher, em boa parte, a violência sexual contra crianças e adolescentes tem o agressor dentro de casa: pai, irmão, tio, primo, amigo ou pessoa próxima. 
Alguém que tem o poder de mando, da chantagem ou ameaça. Alguém que conta com a cumplicidade do medo – da vítima e, não raro, da mãe. Alguém que sabe do descrédito do horror que a simples possibilidade provoca. Alguém desprezível o suficiente para se valer da omissão que a vergonha em admitir o que se lhe repugna, à mera hipótese, desencadeia.
Trata-se do estupro elevado à enésima potência, não só porque abusa de crianças, mas também porque se serve da fragilidade humana. É o mais odioso exercício de poder da animalidade. E o fato de não ser prerrogativa familiar nem destes trópicos, não diminui a barbaridade.
Sorte que, nos últimos anos, deixou de ser obrigatória a denúncia de parentes para que se instaure inquérito para apurar violência sexual contra crianças e adolescentes. Hoje é assunto de ação pública, a ser levada a cabo pelo Ministério Público, instância de defesa dos direitos de cidadania.
O problema é que o MP ainda é presença rara em significativa parte dos municípios brasileiros; não apenas os rincões estão fora de seu alcance. E nestes, muitas vezes, prevalece a “cultura” de o pai “estrear” a filha, antes que algum aventureiro lance mão.
É chocante, óbvio que sim. Todavia, de pouco adianta horrorizar-se: é a realidade nua e crua que estala em nossa cara, constrange nossa hipocrisia e atropela nossa suposta modernidade. Situação de fato, que as políticas públicas de combate a esse tipo de violência ainda estão longe de enfrentar.
Cabe à sociedade, e à família em particular, fazer a sua parte. Não basta denunciar, cobrar, apontar o dedo. É preciso educar, orientar, ficar atento, não se omitir.


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As estatísticas disponíveis assustam: só nos primeiros três meses do ano, o Disque 100 – número criado pelo governo federal para receber denúncias de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes – aponta 4.205 ligações. Ano passado foram 12 mil, e a média de registros subiu de 84 para 103 de 2010 para o primeiro trimestre de 2011, segundo a Agência Brasil.
Nos últimos oito anos, o serviço, que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, recebeu 52 mil denúncias de violência sexual infantojuvenil em todo o país. A incidência se dá em 90% dos municípios brasileiros. A maioria vem do Nordeste, com 38% das denúncias e o Sudeste com 28%. Oito em cada dez vítimas são meninas. Dados de estudo da Secretaria Nacional de Direitos Humanos em parceria com a Universidade Federal de Brasília.
Violência detectada em 379 dos 853 municípios mineiros; 72 dos 97 fluminenses; 319 dos 645 paulistas; 55 dos 78 capixabas. Presente em 138 dos 185 municípios pernambucanos; 68 dos 102 de Alagoas; 112 dos 184 cearenses; 261 dos 417 baianos; 76 dos 167 municípios do Rio Grande do Norte; 91 dos 223 paraibanos; 116 dos 227 maranhenses; 52 dos 223 do Piauí e 38 dos 128 municípios sergipanos. Só para ficar nas duas regiões que ocupam o topo da lista de denúncias do Disque 100.
O levantamento analisa, também, as ações de enfrentamento desta grave violação dos direitos humanos, com foco nos programas do governo federal. Constata-se que, apesar dos esforços, a cobertura ainda está muito longe de tornar-se universal. Sugere, por outro lado, o mapeamento da situação em foco nas obras do PAC e para a Copa do Mundo, pela vulnerabilidade que tais áreas apresentam, devido a presença majoritária de homens.


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O 18 de maio tornou-se Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes em homenagem à menina Araceli Cabrera Crespo. Há 38 anos, ela foi sequestrada, drogada, estuprada e morta em Vitória, ES. Tinha 8 anos. Araceli desapareceu quando voltava da escola. Foi encontrada morta, com o rosto desfigurado, marcas de agressão física e sexual. Membros de importantes famílias da cidade, os suspeitos foram condenados, recorreram da decisão e acabaram inocentados. Até hoje, ninguém foi punido pelo crime (com informações da Rede Brasil Atual).

* Sulamita Esteliam é jornalista e escritoraa. Autora dos livros Estação Ferrugem, romance-reportagem que resgata a história da região operária de Belo Horizonte-Contagem, Vozes, 1998; Em Nome da Filha – A História de Mônica e Gercina, sobre violência contra mulher em Pernambuco; e o infantil Para que Serve Um Irmão, os dois últimos ainda inéditos. http://www.atalmineira.wordpress.com //sulamitaesteliam@hotmail.com

A Associação Brasileira de Linguística divulga nota de repúdio contra a burrice da mídia

A Associação Brasileira de Linguística (Abralin) divulga nota de repúdio contra a cobertura tendenciosa da imprensa.

Língua e ignorância
Nas duas últimas semanas, o Brasil acompanhou uma discussão a respeito do livro didático Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, distribuída pelo Programa Nacional do Livro Didático do MEC. Diante de posicionamentos virulentos externados na mídia, alguns até histéricos, a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LINGUÍSTICA - ABRALIN - vê a necessidade de vir a público manifestar-se a respeito, no sentido de endossar o posicionamento dos linguistas, pouco ouvidos até o momento.
Curiosamente é de se estranhar esse procedimento, uma vez que seria de se esperar que estes fossem os primeiros a serem consultados em virtude da sua expertise. Para além disso, ainda, foram muito mal interpretados e mal lidos.
O fato que, inicialmente, chama a atenção foi que os críticos não tiveram sequer o cuidado de analisar o livro em questão mais atentamente. As críticas se pautaram sempre nas cinco ou seis linhas largamente citadas. Vale notar que o livro acata orientações dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) em relação à concepção de língua/linguagem, orientações que já estão em andamento há mais de uma década. Além disso, não somente este, mas outros livros didáticos englobam a discussão da variação linguística com o intuito de ressaltar o papel e a importância da norma culta no mundo letrado. Portanto, em nenhum momento houve ou há a defesa de que a norma culta não deva ser ensinada. Ao contrário, entende-se que esse é o papel da escola, garantir o domínio da norma culta para o acesso efetivo aos bens culturais, ou seja, garantir o pleno exercício da cidadania. Esta é a única razão que justifica a existência de uma disciplina que ensine língua portuguesa a falantes nativos de português.
A linguística se constituiu como ciência há mais de um século. Como qualquer outra ciência, não trabalha com a dicotomia certo/errado. Independentemente da inegável repercussão política que isso possa ter, esse é o posicionamento científico. Esse trabalho investigativo permitiu aos linguistas elaborar outras constatações que constituem hoje material essencial para a descrição e explicação de qualquer língua humana.
Uma dessas constatações é o fato de que as línguas mudam no tempo, independentemente do nível de letramento de seus falantes, do avanço econômico e tecnológico de seu povo, do poder mais ou menos repressivo das Instituições. As línguas mudam. Isso não significa que ficam melhores ou piores. Elas simplesmente mudam. Formas linguísticas podem perder ou ganhar prestígio, podem desaparecer, novas formas podem ser criadas. Isso sempre foi assim. Podemos ressaltar que muitos dos usos hoje tão cultuados pelos puristas originaram-se do modo de falar de uma forma alegadamente inferior do Latim: exemplificando, as formas "noscum" e "voscum", estigmatizadas por volta do século III, por fazerem parte do chamado "latim vulgar", originaram respectivamente as formas "conosco" e "convosco".
Outra constatação que merece destaque é o fato de que as línguas variam num mesmo tempo, ou seja, qualquer língua (qualquer uma!) apresenta variedades que são deflagradas por fatores já bastante estudados, como as diferenças geográficas, sociais, etárias, dentre muitas outras. Por manter um posicionamento científico, a linguística não faz juízos de valor acerca dessas variedades, simplesmente as descreve. No entanto, os linguistas, pela sua experiência como cidadãos, sabem e divulgam isso amplamente, já desde o final da década de sessenta do século passado, que essas variedades podem ter maior ou menor prestígio. O prestígio das formas linguísticas está sempre relacionado ao prestígio que têm seus falantes nos diferentes estratos sociais. Por esse motivo, sabe-se que o descon hecimento da norma de prestígio, ou norma culta, pode limitar a ascensão social. Essa constatação fundamenta o posicionamento da linguística sobre o ensino da língua materna.
Independentemente da questão didático-pedagógica, a linguística demonstra que não há nenhum caos linguístico (há sempre regras reguladoras desses usos), que nenhuma língua já foi ou pode ser "corrompida" ou "assassinada", que nenhuma língua fica ameaçada quando faz empréstimos, etc. Independentemente da variedade que usa, qualquer falante fala segundo regras gramaticais estritas (a ampliação da noção de gramática também foi uma conquista científica). Os falantes do português brasileiro podem fazer o plural de "o livro" de duas maneiras: uma formal: os livros; outra informal: os livro. Mas certamente nunca se ouviu ninguém dizer "o livros". Assim também, de modo bastante generali zado, não se pronuncia mais o "r" final de verbos no infinitivo, mas não se deixa de pronunciar (não de forma generalizada, pelo menos) o "r" final de substantivos. Qualquer falante, culto ou não, pode dizer (e diz) "vou comprá" para "comprar", mas apenas algumas variedades diriam 'dô' para 'dor'. Estas últimas são estigmatizadas socialmente, porque remetem a falantes de baixa extração social ou de pouca escolaridade. No entanto, a variação da supressão do final do infinitivo é bastante corriqueira e não marcada socialmente. Demonstra-se, assim, que falamos obedecendo a regras. A escola precisa estar atenta a esse fato, porque precisa ensinar que, apesar de falarmos "vou comprá" precisamos escrever "vou comprar". E a linguística ao descrever esses fenômenos ajuda a entender melhor o funcionamento das línguas o que deve repercutir no processo de ensino.
Por outro lado, entendemos que o ensino de língua materna não tem sido bem sucedido, mas isso não se deve às questões apontadas. Esse é um tópico que demandaria uma outra discussão muito mais profunda, que não cabe aqui.
Por fim, é importante esclarecer que o uso de formas linguísticas de menor prestígio não é indício de ignorância ou de qualquer outro atributo que queiramos impingir aos que falam desse ou daquele modo. A ignorância não está ligada às formas de falar ou ao nível de letramento. Aliás, pudemos comprovar isso por meio desse debate que se instaurou em relação ao ensino de língua e à variedade linguística.
Maria José Foltran
Presidente da Abralin/Gestão UFPR 2009-2011
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Código Florestal

As razões de uma derrota

O triste resultado da votação de ontem, na Câmara, sobre o Código Florestal, não é resultado de um só fator.
O tema é tão complexo e contraditório que não foi à toa que o relator Aldo Rebelo – um homem reconhecidamente capaz e correto – levou dois anos costurando o que chamava de “acordo possível”. É correto que se faça este registro, porque seria uma injustiça dizer que o texto produzido por ele reflita suas preferências pessoais.
O possível, porém, não era o adequado.
E, por cedermos demais em relação a algumas questões para achar “o possível”, deixamos que criasse força o inaceitável que combatemos e que, agora, depende do veto da Presidenta Dilma e de nossa capacidade de sustentá-lo no Congresso.
Do outro lado, muitos de nós, também, aceitamos o jogo midiático que fragilizou, nos últimos dias, o poder de pressão do Governo sobre a sua base aliada.
Políticas são pressões e contrapressões. E de várias origens.
Neste caso, não foram apenas os ruralistas. Sozinhos, eles não têm forças para tanto.
O ponto crucial – a emenda, aprovada por 273 votos a 182, que dá aos estados, o poder de estabelecer que atividades possam justificar a regularização de áreas desmatadas – que abre caminho para anistiar o desmatamento – teve a oposição mais do que expressa do Governo Dilma.
Há um sentido para que todos os votos do PMDB, sem exceção, tenham sido dados á emenda, apesar do apelo dramático feito pelo líder do Governo, deputado Cândido Vacarezza, em nome da Presidenta.
É por aí, muito mais do que nos interesses (reais e imensos) de negociar, nos estados, eventuais anistias a desmatadores (o que, de resto, será vetado pela presidenta), que se encontra a chave da interpretação deste resultado.
Neste caso, o “massacre da motosserra” é, antes de tudo, uma sinalização de terror político.
E que, como todo terrorismo, visa a nos deixar de fazer, pelo medo, o que desejamos e temos o compromisso de fazer.

 Postado por Brizola NetoComentar
Vamos para uma votação importante, que vai medir o quanto há de risco de que os vetos da Presidenta Dilma Rousseff aos absurdos contidos no novo Código Florestal correm o risco de serem derrubados na Câmara.
O acordo do Governo com o deputado Aldo Rabelo foi relativo ao artigo 8º, que recebeu uma emenda,que transfere parte do poder de licenciamento sobre o uso da terra que tenha impacto ambiental. E que, ainda pior, abre espaço para a anistia aos desmatadores.
Se essa emenda, a de número 164, for aprovada, será um desastre.
O relator do novo Código Ambiental, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), defendeu a aprovação da emenda 164, apresentada pelo PMDB. A medida dá poder aos estados para definir política ambiental e trata de áreas utilizadas irregularmente em áreas de preservação permanente (APPs) em margens de rios.
Ou seja, liberou geral.
O líder do Governo, deputado Cândido Vacarezza, falou há pouco fazendo um apelo para que o acordo para votar o Código seja honrado. Duvido que seja. Desta vez, o voto não é com o Governo, mas ainda assim é difícil garantir a vitória.
Torçamos.
PS. Como estava previsto, perdemos. 287 votos a favor e 183 contra. Reflexo do caso Palocci, com certeza. PMDB “se achando”.
Postado por Brizola Neto12 comentários

O Tijolaço reproduz, aí em cima, um belo programa, realizado pelo Canal Brasil, o Espelho. Lázaro Ramos entrevista Abdias, que completava 95 anos, num tocante depoimento. Um bela oportunidade de conhecer um lutador que, só agora, tem o reconhecimento que merece. O corpo de Abdias está sendo velado hoje, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro , na Cinelândia, aberto ao público até às 23h e reaberto amanhã, das 6h às 11h.

QUANDO OS PEITOS NÃO TINHAM SILICONE E AS BUCETAS TINHAM PELOS!!!

CLÁSSICOS DO PORNÔ -

Brenda Holliday

Frances Voy

Kandi Barbour

Rene La Fontaine

Sydney Bradford


Cristine Maddox



Abaixo o preconceito

A DiogoMainardização

A moda do reaça Marcelo Rubens Paiva

Como comentou uma leitora, Natália, no post anterior:
Cara, acho tão engraçada essa mania das pessoas de falarem com orgulho que são “politicamente incorretas” quando dizem absurdos… o sujeito vem, fala um monte de merda e diz que faz isso porque é inteligente (é um livre pensador, não segue o pensamento burro e dirigido das massas, etc) e porque não liga de ser “politicamente incorreto” porque afinal esse é o certo, a sociedade de hoje que está deturpada.

Eu tinha pensado na mesma coisa.

O governador e o secretário municipal de segurança reconheceram que tanto a PM quanto a Guarda Municipal exageraram na repressão à MARCHA DA MACONHA, que virou MARCHA PELA LIBERDADE DE EXPRESSÃO.

Alckmin chegou a dizer que não compactua com a ação da PM na Marcha.

Mas muitos leitores e alguns blogueiros continuam achando que o certo mesmo era enfiar o cacete nos manifestantes.

A onda agora é ser bem REAÇA.


Se é humorista, e uma piada ultrapassa o limite do bom gosto, diz ser adepto do ideal do politicamente incorreto.

Que babaca é fazer censura contra intolerância.

Pode zoar com judeu, gay, falar palavrão, é isso, que se foda, viva a liberdade!

Se alguém defende a Marcha da Maconha, faz apologia, é vagabundo.
Se defende a descriminalização do aborto, é contra a vida.
Se aplaude a iniciativa da aprovação da união homossexual, quer enviadar o Brasil todo, país que se orgulha de ser bem macho, bem família!
Se defende a punição de torturadores, é porque pactua com terroristas que só queriam implodir o estado de direito e instituir a ditadura do proletariado.

Deu, né?

Esta DiogoMainardização da imprensa e da pequena burguesia brasileira tem um nome na minha terra: má educação.

Esta recusa ao pensamento humanista que ressurgiu após a leva de ditaduras que caiu como um dominó a partir dos anos 80 tem outro nome: neofascismo.

É legal ser de direita?
Tá bacana desprezar os movimentos sociais, aplaudir a repressão a eles?

Eu não acho.

Apesar de considerar o termo “politicamente correto”, do começo dos anos 90, a coisa mais fora de moda que existe, diante do que vejo e leio, afirmo: eu, aleijado com tendências esquerdizantes, não era, mas agora sou TOTALMENTE politicamente correto.

+++

Foi uma semana marcada pelo protesto da gente diferenciada e gafes nas redes sociais, que têm 600 milhões de vigilantes no Facebook e 120 milhões no Twitter. Postaram:

Rafinha Bastos, no dia das mães: “Ae órfãos! Dia triste hoje, hein?”
Danilo Gentili, sobre os “velhos” de Higienópolis que temem uma estação de metrô: “A última vez que eles chegaram perto de um vagão foram parar em Auschwitz.”
Amanda Régis, torcedora do Flamengo, time eliminado da Copa do Brasil pelo Ceará: “Esses nordestinos pardos, bugres, índios acham que têm moral, cambada de feios. Não é à toa que não gosto desse tipo de raça.”
Ed Motta, ao chegar em Curitiba: “O Sul do Brasil como é bom, tem dignidade isso aqui. Sim porque ooo povo feio o brasileiro rs. Em avião dá vontade chorar rs. Mas chega no Sul ou SP gente bonita compondo o ambiance rs.”

Quando um leitor replicou que Motta não era “um arquétipo de beleza”, ele respondeu que estava “num plano superior”. “Eu tenho pena de ignorantes como vc… Brasileiros…”, escreveu. “A cultura que eu vivo é a CULTURA superior. Melhor que a maioria ya know?”

E na MTV, a Casa dos Autistas, quadro humorístico, chocou pelo mau gosto.

Todos pediram desculpas depois. Danilo, um dos maiores humoristas de stand-up que já vi, recebeu telefonema do departamento comercial da Band, pedindo para tirar o comentário. Ed Motta se revoltou contra a imprensa. Pergunta se temos o direito de reproduzir seus escritos particulares.

A internet trouxe a incrível rapidez na troca de informações e espaço para exposição de ideias. Alguns se lambuzam. Dizem que são contra as patrulhas do politicamente correto.

Mas como ficam as domésticas ofendidas, os órfãos recentes, aqueles que perderam parentes em Auschwitz, os nordestinos e os pais de autistas?

Tomara que, depois do pensamento grego, democracia, Renascença, a revolução industrial e tecnológica nos iluminem. O preconceito não é apenas sintoma de ignorância, mas lapsos de um narcisista. Ele nunca vai acabar?

***

Enquanto no Itaú Cultural, um símbolo de excelência em apoio às artes e alta tecnologia, em plena Avenida Paulista, uma mãe foi expulsa por amamentar o filho em público na exposição do Leonilson, artista que sofreu inúmeros preconceitos, morto vítima da Aids.

Ou melhor, viadão que morreu da peste gay, porque era promíscuo, diriam os reaças.


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Você viu essa? juiz cita FHC e autoriza 17 pessoas a integrar Marcha da Maconha

O juiz do Departamento de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária (Dipo) Davi Capelatto determinou um habeas-corpus preventivo com pedido de liminar impetrado em favor de 17 pessoas que agora poderão participar da Marcha da Maconha, no dia 21 de maio, em São Paulo. No documento, assinado de 28 de abril, ele citou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que "frequentemente defende essa ideia em órgãos de imprensa e em nenhum momento se cogitou de instauração de inquérito policial para apuração de eventual apologia ao crime".
A marcha está prevista para começar às 14h de sábado, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista. Os participantes temiam que, ao participar, tivessem a conduta confundida com com apologia ao crime em vez de debater a legalização da maconha. Para eles, proibir a caminhada seria ferir o direito à liberdade de expressão.
Em sua decisão, o juiz concordou com os argumentos da defesa, e citou que "o mesmo ocorre com aqueles que defendem a legalização da prática do aborto, que é delito contra a vida cuja pena, inclusive, é muito mais grave que aquela prevista para o uso de drogas". Em seguida, em alusão à campanha eleitoral de 2010, Capellato disse que tanto José Serra como Dilma Rousseff foram criticados por, segundo ele, não terem sido claros em suas opiniões sobre ao aborto.
 
 
 

Meu voto é contra o Código Florestal

Eu estou no plenário onde daqui a pouco – “daqui a pouco”, na Câmara, pode entrar pela madrugada, bem entendido – vamos votar o Código Florestal, mesmo reconhecendo que o Deputado Aldo Rebelo fez o que considerou possível diante das pressões que sofreu.
Infelizmente, o Governo teve de ceder e, no meu ponto-de-vista, cedeu demais. Espero que ainda haja mudança, mas não vou concordar com qualquer espécie de relaxamento da anistia aos desmatadores, o que, na minha avaliação, vai acabar acontecendo.
Eu creio que vai haver derrota do Governo inclusive no que é ponto de honra para o Governo: que as licenças ambientais passem a ser dadas pelos Estados e não mais pela União.
Eu concordo com a posição do Deputado Paes Landim, do PMDB-PI, que disse que “não se pode conceber que certos governadores, “alguns latifundiários, fazendeiros ou industriais”, concedam licença ambiental com a possibilidade de estarem se baseando em seus próprios interesses. “A presidenta está muito certa em exigir que essas licenças de regularização ambiental não passem pelos estados”.
Infelizmente, esta porta aberta para absurdos e corrupção será aberta na votação da Câmara.
A votação na Câmara será um desastre – tomara que eu esteja errado – e a esperança é que o veto presidencial corrija os absurdos.


Madeireiros carniceiros do Brasil: José Cláudio Ribeiro é assassinado
José C. Ribeiro recebia ameaças constantemente
Seis meses depois de prever seu próprio assassinato, um líder defensor da floresta tropical foi alegadamente assassinado na Amazônia brasileira. José Cláudio Ribeiro da Silva e sua esposa, Maria do Espírito Santo, teriam sido mortos em uma emboscada perto da casa deles, em Nova Ipixuna, estado do Pará, a cerca de 60 quilômetros de Marabá.

De acordo com um jornal local, Diário do Pará, o casal não tinha proteção policial apesar de receber frequentes ameaças de morte por causa de sua batalha contra madeireiros ilegais e fazendeiros.

Na terça-feira havia notícias conflitantes sobre se os assassinatos tinham acontecido na noite de segunda-feira ou na madrugada de terça. Um porta-voz da polícia disse ter relatos de um “homicídio duplo” num acampamento chamado de Maçaranduba 2.

Em discurso em um evento em Manaus, em novembro passado, Da Silva falou sobre o medo de que os madeireiros pudessem tentar silenciá-lo. “Eu poderia estar hoje falando com vocês e em um mês vocês terão notícias de que eu desapareci. Eu protegerei as florestas a qualquer custo. É por isso que eu poderia receber uma bala na cabeça a qualquer momento… porque eu denuncio os madeireiros e produtores de carvão e é por isso que eles pensam que eu não posso existir. As pessoas me perguntam, ‘você tem medo’? Sim, sou um ser humano, naturalmente que tenho medo. Mas meu medo não me silencia. Enquanto eu tiver força para andar eu vou denunciar todos aqueles que danificarem a floresta”.

Roberto Smeraldi, fundador e diretor do grupo ambientalista Amigos da Terra, que trabalhou com Da Silva na Amazônia, disse que estava em uma reunião com a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, discutindo mudanças no código florestal, quando a notícia da morte de Da Silva surgiu. “Ele estava convencido de que seria morto”, Smeraldi disse. Ele acrescentou que Da Silva tinha sido “muito ativo” na luta contra a derrubada e queimada ilegais da floresta. De acordo com notícias da mídia brasileira, Rousseff pediu ao chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, para dar apoio a uma investigação sobre o assassinato.

“Temos outro Chico Mendes”, disse Felipe Milanez, um jornalista ambiental de São Paulo, referindo-se ao seringueiro da Amazônia que se tornou mártir ambiental depois de seu assassinato em 1988. Milanez disse que em uma recente conversa telefônica com a esposa de Da Silva ela disse que a situação “estava ficando muito feia”. Milanez acrescentou: “Ele sabia que as ameaças eram reais. Ele estava com medo”.

Um relatório de grupos de direitos humanos brasileiros em 2008 listou Da Silva entre as dezenas de ativistas ambientais e de direitos humanos da Amazônia “considerados sob risco” de assassinato.
 
 
 
Aberração: Para quem ainda acredita que as guerras dos EUA são 'humanitárias'
Diferente do que prometeu, Obama abraça mais guerras
1ª PARTE: Perguntas que é preciso colocar em cada guerra.
27 vezes. Vinte e sete vezes os EUA bombardearam algum país, desde 1945. E cada vez tem-nos afirmado que estes atos de guerra eram "justos" e "humanitários". Hoje, dizem-nos que esta guerra é diferente das precedentes. O mesmo que foi dito da anterior. E da anterior. E de cada vez. Não estamos já na hora de pôr a preto e branco as perguntas que é preciso colocar em cada guerra para não deixar-se manipular?
 
HÁ SEMPRE DINHEIRO PARA A GUERRA?
 
No país mais poderosos do globo, 45 milhões de pessoas vivem na extrema pobreza. Nos EUA, escolas e serviços públicos estão ruindo porque o Estado "não tem dinheiro". Na Europa, também acontece o mesmo, "não há dinheiro" para as pensões ou para a promoção do emprego.
Porém, quando a cobiça dos banqueiros desencadeia a crise financeira, então, em só uns dias, aparecem bilhões para os salvar. Isto permitiu aos banqueiros dos EUA repartirem no ano passado US$ 140 bilhões de lucros e bônus a seus acionistas e especuladores.
Também para a guerra parece fácil encontrar bilhões. Ora bem, são nossos impostos que pagam estas armas e estas destruições. É razoável converter em fumaça centenas de milhares de euros em cada míssil ou esbanjar cinquenta mil euros por hora de um porta-aviões? Ou será porque a guerra é um bom negócio para alguns? Ao mesmo tempo, uma criança morre de fome a cada cinco segundos e o número de pobres não cessa de aumentar no nosso planeta, apesar de tantas promessas.
Qual a diferença entre um líbio, um bareinita e um palestino? Presidentes, ministros, generais, todos juram solenemente que seu objetivo é unicamente salvar os líbios. Mas, ao mesmo tempo, o sultão do Barein esmaga os manifestantes desarmados, graças aos dois mil soldados sauditas enviados pelos EUA! Ao mesmo tempo, no Iêmen, as tropas do ditador Saleh, aliado dos EUA, matam 52 manifestantes com suas metralhadoras. Estes fatos ninguém os põe em dúvida, mas o ministro dos EUA para a guerra, Robert Gates, acabou de declarar: "Não acho que seja o meu papel intervir nos assuntos internos de Iêmen".(1)
Por que estes dois pesos e duas medidas? Por que Saleh acolhe docilmente a 5ª Frota dos EUA e diz sim a todo o que Washington ordenar? Por que o regime bárbaro da Arabia Saudita é cúmplice das multinacionais petrolíferas? Será que existem "bons ditadores" e "maus ditadores"? Como os EUA e a França podem pretender ser "humanitários"? Quando Israel matou dois mil civis nos bombardeios sobre Gaza, eles declararam uma zona de exclusão aérea? Não. Decretaram alguma sanção? Nenhuma. Ainda pior, Solana, então responsável pelos Assuntos Exteriores da UE declarou em Jerusalém: "Israel é um membro da UE sem ser membro de suas instituições. Israel faz parte ativa de todos os programas de pesquisa e de tecnologia da Europa dos 27". Acrescentando ainda: "Nenhum país fora do continente tem o mesmo tipo de relacionamentos que Israel com a União Européia". Neste ponto, Solana tem razão: A Europa e seus fabricantes de armas colaboram estreitamente com Israel na fabricação de 'drones', mísseis e outros armamentos que semeiam a morte em Gaza.
Recordemos que Israel, que expulsou 700 mil palestinos das suas aldeias, em 1948, se recusa a devolver-lhe seus direitos e continua cometendo inumeráveis crimes de guerra. Sob esta ocupação, 20% da população palestina atual está ou passou pelas prisões israelenses. Mulheres grávidas foram obrigadas a darem à luz atadas ao leito e reenviadas imediatamente às suas celas com os bebês. Esses crimes são cometidos com a cumplicidade dos EUA e da UE.
A vida de um palestino ou de um barenita vale menos do que a de um líbio? Há árabes "bons" e árabes "maus"?
 
PARA OS QUE AINDA ACREDITAM NA GUERRA HUMANITÁRIA...
 
Em um debate televisionado que tive com Louis Michel, ex-ministro belga dos Assuntos Exteriores e Comissário Europeu para a Cooperação e o Desenvolvimento, este me jurou, com a mão no peito, que esta guerra tinha como objetivo "pôr de acordo as consciências da Europa". Era apoiado por Isabelle Durant, líder dos Verdes belgas e europeus. Dessa forma, os ecologistas ("peace and love") viraram belicistas!
O problema é que a cada vez mais nos falam de guerra humanitária e que gente de esquerda como Durant se deixa enganar. Não fariam melhor em ler o que pensam os verdadeiros líderes dos EUA em vez de olharem e assistirem a TV? Escutem, por exemplo, a propósito dos bombardeios contra o Iraque, o célebre Alan Greenspan, durante muito tempo diretor da Reserva Federal dos EUA. Greenspan escreve em suas memórias: "Sinto-me triste quando vejo que é politicamente incorreto reconhecer o que todo mundo sabe: a guerra no Iraque foi exclusivamente pelo petróleo" (2). E acrescenta: "Os oficiais da Casa Branca responderam-me: ‘pois, efetivamente, infelizmente não podemos falar de petróleo’". (3)
A propósito dos bombardeios sobre a Jugoslávia escutem John Norris, diretor de Comunicações de Strobe Talbot que, nesse então, era vice-ministro dos EUA dos Assuntos Exteriores encarregado para os Bálcãs. Norris escreve em suas memórias: "O que melhor explica a guerra da OTAN é que a Jugoslávia se resistia às grandes tendências de reformas políticas e econômicas (quer dizer: negava-se a abrir mão do socialismo), e esse não era nosso compromisso com os albaneses do Kosovo". (4)
Escutem, a propósito dos bombardeios contra o Afeganistão, o que dizia o antigo ministro de Assuntos Exteriores, Henri Kissinger: "Há tendências, sustentadas pela China e pelo Japão, de criar uma zona de livre-câmbio na Ásia. Um bloco asiático hostil, que combine as nações mais povoadas do mundo com grandes recursos e alguns dos países industrializados mais importantes, seria incompatível com o interesse nacional americano. Por estas razões, a América deve manter a sua presença na Ásia..." (5)
O que vinha a confirmar a estratégia avançada por Zbigniew Brzezinski, que foi responsável pela política exterior com Carter e é o inspirador de Obama: "Eurasia (Europa+Ásia) é o tabuleiro sobre o qual se desenvolve o combate pela primacia global. (?) A maneira como os EUA "manejam" a Eurasia é de uma importância crucial. O maior continente da superfície da terra é também seu eixo geopolítico. A potência que o controlar, controlará de fato duas das três grandes regiões mais desenvolvidas e mais produtivas: 75% da população mundial, a maior parte das riquezas físicas, sob a forma de empresas ou de jazidas de matérias-primas, 60% do total mundial". (6)
Nada aprendeu a esquerda das falsidades humanitárias transmitidas pela mídia nas guerras precedentes? Quando o próprio Obama falou, tampouco acreditaram nele? Neste mesmo 28 de março, Obama justificava assim a guerra da Líbia: "Conscientes dos riscos e das despesas da atividade militar, somos naturalmente reticentes a empregar a força para resolver os numerosos desafios do mundo. Mas quando os nossos interesses e valores estão em jogo, temos a responsabilidade de agir. Vistos os custos e riscos da intervenção, temos que calcular, a cada vez, nossos interesses ante a necessidade de uma ação. A América tem um grande interesse estratégico em impedir que Kadafi derrote a oposição".
Não está claro? Então alguns vão e dizem: "Sim, é verdade, os EUA não reagem se não virem nisso o seu interesse. Mas ao menos, já que não pode intervir em todos os sítios, salvará àquela gente" Falso. Vamos demonstrar que são unicamente seus interesses os que procura defender. Não os valores. Em primeiro lugar, cada guerra dos EUA produz mais vítimas do que a anterior (um milhão no Iraque, diretas ou indiretas). A intervenção na Líbia, prepara-se para produzir mais...
 
QUEM SE NEGA A NEGOCIAR?
Desde o momento em que colocarem uma dúvida sobre a oportunidade desta guerra contra a Líbia, imediatamente serão culpados: "então recusam-se a salvar os líbios do massacre? Assunto mal proposto. Suponhamos que todo o que se nos tem contado fosse verdade. Em primeiro lugar, pode-se parar um massacre com outro massacre? Já sabemos que nossos exércitos ao bombardearem vão matar muitos civis inocentes. Inclusive se, como a cada guerra, os generais nos prometem que vai ser "limpa"; já estamos habituados a essa propaganda.
Em segundo lugar, há um meio bem mais singelo e eficaz de salvar vidas. Todos os países da América latina propuseram enviar imediatamente uma mediação presidida por Lula. A Liga Árabe e a União Africana apoiavam esta gestão e Kadafi tinha-a aceitado (propondo ele também que fossem enviados observadores internacionais para verificar o cessar-fogo). Mas os insurgentes líbios e os ocidentais recusaram esta mediação.
Por quê? "Porque Kadafi não é de fiar", dizem. É possível. E os insurgentes e os seus protetores ocidentais são sempre de fiar? A propósito dos EUA, convém recordar como se comportaram em todas as guerras anteriores, cada vez que um cessar-fogo era possível. Em 1991, quando Bush pai atacou o Iraque, porque este invadia o Kuweit, Saddam Hussein propôs se retirar e que Israel se retirasse também dos territórios ilegalmente ocupados na Palestina. Mas os EUA e os países europeus recusaram seis propostas de negociação. (7)
Em 1999, quando Clinton bombardeou a Jugoslávia, Milosevic aceitava as condições impostas em Rambouillet, mas os EUA e a OTAN acrescentaram uma, intencionadamente inaceitável: a ocupação total da Sérvia.
Em 2001, quando Bush filho atacou o Afeganistão, os talibãs propunham a entrega de Bin Laden a um tribunal internacional se eram apresentadas provas do seu envolvimento, mas Bush rejeitou a negociação.
Em 2003, quando Bush filho atacou o Iraque, sob o pretexto das armas de destruição em massa, Saddam Hussein propôs o envio de inspetores, mas Bush o recusou porque ele sabia que os inspetores não iam encontrar nada. Isto está confirmado na divulgação de um memorando de uma reunião entre o governo britânico e os líderes dos serviços secretos britânicos, em julho de 2002: "os líderes britânicos esperavam que o ultimato fosse redigido em termos inaceitáveis, de modo que Saddam Hussein o recusasse diretamente. Mas não estavam certos de que isso iria funcionar.
Então tinham um plano B: que os aviões que patrulhavam a "zona de exclusão aérea" lançassem muitíssimas mais bombas à espera de uma reação que desse a desculpa para uma ampla campanha de bombardeios. (9) Então, antes de afirmar que "nós" dizemos sempre a verdade e que "eles" sempre mentem, asssim como que "nós" procuramos sempre uma solução pacífica e "eles" não querem se comprometer, teria que ser mais prudentes... Mais cedo ou mais tarde, a gente saberá o que se passou com as negociações nos bastidores e constatará, mais uma vez, que foi manipulada. Mas será muito tarde e os mortos já não os ressuscitaremos.
 
A LÍBIA É IGUAL QUE A TUNÍSIA OU O EGITO?
 
Em sua excelente entrevista publicada há alguns dias por Investi'Action, Mohamed Hassan, professor de doutrina islâmica e especialista do Oriente Médio, colocava a verdadeira questão: "Líbia: levante popular, guerra civil ou agressão militar?" À luz de recentes investigações é possível responder: as três coisas. Uma revolta espontânea rapidamente recuperada e transformada em guerra civil (que já estava preparada), tudo servindo de pretexto para uma agressão militar. A qual, também, estava preparada. Nada em política cai do céu. Consigo explicar-me?
Na Tunísia e no Egito a revolta popular cresceu progressivamente em umas semanas, organizando-se pouco a pouco e unificando-se em reivindicações claras, o que permitiu derrotar os tiranos. Mas, quando analisamos a sucessão ultrarrápida dos acontecimentos em Benghazi, a gente fica intrigada. Em 15 de fevereiro houve manifestações de parentes de presos políticos da revolta de 2006.
Manifestação duramente reprimida como foi sempre na Líbia e nos demais países árabes. Dois dias escassos mais tarde, outra manifestação, desta vez os manifestantes saem armados e passam diretamente a uma escalada contra o regime de Kadafi. Em dois dias, incrivelmente, uma revolta popular se converte em guerra civil. Totalmente espontânea?
Para saber isso, é preciso examinar o que se oculta abaixo do impreciso vocábulo "oposição líbia". Em minha opinião, quatro componentes com interesses muito diferentes : 1º Uma oposição democrática. 2º Dirigentes de Kadafi "regressados" do oeste. 3º Clãs líbios descontentes da partilha das riquezas. 4º Combatentes de tendência islãmica. Quem compõe esta "oposição líbia"?
Em toda esta rede é importante sabermos de que estamos a falar. E sobretudo, que fação é a aceite pelas grandes potências...
1º Oposição democrática. É legítimo ter reivindicações ante o regime de Kadafi, tão ditatorial e corrupto como os outros regimes árabes. Um povo tem o direito de querer substituir um regime autoritário por um sistema mais democrático. No entanto, estas reivindicações estão até hoje pouco organizadas e sem programa concreto. Temos, ainda, no estrangeiro, movimentos revolucionários líbios, igualmente dispersos, mas todos opostos à ingerência estrangeira. Por diversas razões que expomos mais adiante, não são estes elementos democráticos os que têm muito que dizer hoje, sob a bandeira dos EUA nem da França.
2º Dignatários "regressados". Em Bengazhi, um "governo provisório" foi instaurado e está dirigido por Mustafá Abud Jalil. Este homem era, até 21 de fevereiro, ministro da Justiça de Kadafi. Dois meses antes, a Anistia Internacional tinha-o posto na lista dos mais horríveis responsáveis por violações de direitos humanos do norte da África. É este indivíduo o que, segundo as autoridades búlgaras, organizava as torturas de enfermeiras búlgaras e do médico palestino detidos durante longo tempo pelo regime.
Outro "homem forte" desta oposição é o general Abdul Faah Yunis, ex-ministro do Interior de Kadafi e antes chefe da polícia política. Compreende-se que Massimo Introvigne, representante da OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa) para a luta contra o racismo, a xenofobia e a discriminação, estime que estes personagens "não são os 'sinceros democratas' dos discursos de Obama, mas foram dos piores instrumentos do regime de Kadafi, que aspiram a tirar o coronel para tomar seu lugar".
3º Clãs descontentes. Como sublinhava Mohamed Hassan, a estrutura da Líbia continua sendo tribal. Durante o período colonial, sob o regime do rei Idriss, os clãs do Leste dominavam e aproveitavam-se das riquezas petrolíferas. Após a revolução de 1969, Kadafi apoiou-se nas tribos do oeste e o Leste viu-se desfavorecido. É lamentável; um poder democrático e justo deve zelar por eliminar as discriminações entre as regiões. Pode-se perguntar se as antigas potências coloniais não incitaram as tribos rebeldes para enfraquecer a unidade do país. Não seria a primeira vez. Hoje, França e os EUA apostam nos clãs do Leste para tomar o controle do país. Dividir para reinar, um velho dito clássico do colonialismo.
4° Elementos da Al-Qaeda. Cabogramas difundidos pelo Wikileaks advertem que o Leste da Líbia era, proporcionalmente, o primeiro exportador no mundo de "combatentes mártires" no Iraque. Relatórios do Pentágono descrevem um cenário "alarmante" acerca dos rebeldes líbios de Bengazhi e Derna. Derna, uma cidade de escassos 80.000 habitantes, seria a fonte principal de yihaidistas no Iraque. Da mesma forma, Vincent Cannistrar, antigo chefe da CIA na Líbia, assinala entre os rebeldes muitos "extremistas islâmicos capazes de criar problemas" e que "as possibilidades [são] muito altas de que os indivíduos mais perigosos possam ter uma influência, caso Kadafi cair".
Evidentemente tudo isto se escrevia quando Kadafi era ainda um "amigo". Mas isto mostra a ausência total de princípios no chefe dos EUA e dos seus aliados. Quando Kadafi reprimiu a revolta islamista de Bengazhi, em 2006, fez isso com as armas e o apoio de Ocidente. Uma vez, somos contra os combatentes do tipo Bin Laden, outra vez, utilizamo-los. Vamos lá ver como.
Entre estas diversas "oposições" qual prevalecerá? Pode ser este também um objetivo da intervenção militar de Washington, Paris e Londres: tentar que "os bons" ganhem? Os bons do ponto de vista deles, é claro. Mais tarde, vai utilizar-se a "ameaça islâmica" como pretexto para se instalarem de forma permanente. Em qualquer caso uma coisa é segura: o cenário libio é diferente dos cenários tunisino ou egípcio. Ali era "um povo unido contra um tirano". Aqui estamos em uma guerra civil, com um Kadafi que conta com o apoio de uma parte da população. E nesta guerra civil o papel que jogaram os serviços secretos americanos e franceses já não é tão secreto...
 
Qual foi o papel dos serviços secretos?
 
Na realidade, o assunto líbio não começou em fevereiro em Benghazi, mas sim em Paris, em 21 de outubro de 2010. Segundo revelações do jornalista Franco Bechis (Libero, 24 de março), nesse dia, os serviços secretos franceses prepararam a revolta de Benghazi. Fizeram "voltar" (ou talvez já anteriormente) Nuri Mesmari, chefe do protocolo de Kadafi, praticamente seu braço direito. O único que entrava sem chamar na residência do líder líbio. Em uma viagem a Paris com toda sua família para uma cirurgia, Mesmari não se encontrou com nenhum médico, pelo conttrário, teve encontros com vários servidores públicos dos serviços secretos franceses e com próximos colaboradores de Sarkozy, segundo o boletim digital Magreb Confidential.
Em 16 de novembro, no hotel Concorde Lafayette, prepararia uma imponente delegação que devia viajar dois dias mais tarde a Benghazi. Oficialmente, tratava-se de responsáveis pelo ministério da Agricultura e de líderes das firmas France Export Céréales, France Agrimer, Louis Dreyfus, Glencore, Cargill e Conagra. Mas, segundo os serviços italianos, a delegação incluía também vários militares franceses camuflados como homens de negócios. Em Benghazi, encontraram-se com Abdallah Gehani, um coronel líbio ao que Mesmari lhes tinha apresentado como disposto a desertar.
Em meados de dezembro, Kadafi, desconfiando, enviou um emissário a Paris para tentar contactar com Mesmari. Mas este foi preso na França. Outros líbios vão de visita a Paris no dia 23 de dezembro e são eles que vão dirigir a revolta de Benghazi com as milícias do coronel Gehani. Ainda, Mesmari revelou inúmeros segredos da defesa líbia. De tudo isto resulta que a revolta no Leste não foi tão espontânea como nos foi dito. Mas isto não é tudo. Não só foram os franceses?
Quem dirige atualmente as operações militares do "Conselho Nacional Líbio" anti-Kadafi? Um homem justamente chegado dos EUA, em 14 de março, segundo Al-Jazzira. Apresentado como uma das duas "estrelas" da insurreição líbia, pelo jornal britânico de direita, Dail Mail, Khalifa Hifter é um antigo coronel do exército líbio exilado nos EUA. Foi um dos principais comandantes da Líbia até a desastrosa expedição ao Chade, no final dos 80; emigrou imediatamente para os EUA e viveu os últimos vinte anos na Virgínia. Sem nenhuma fonte de rendimentos conhecida, mas a muito pouca distância dos escritórios... da CIA (10). O mundo é um muito pequeno.
Como é que um militar líbio de alta patente pode entrar com toda a tranquilidade nos EUA, uns anos após o atentado terrorista de Lockerbie, pelo qual a Líbia foi condenada, e viver durante vinte anos, tranquilamente, ao lado da CIA? Por força teve que oferecer algo em troca.
Publicado em 2001, o livro Manipulations africaines (Manipulações africanas) de Pierre Péan, traça as conexões de Hifter com a CIA e a criação, com o apoio da mesma, da Frente Nacional de Libertação Líbia. A única façanha da tal frente será a organização, em 2007, nos EUA, de um "congresso nacional" financiado pelo National Endowment for Democracy(11), tradicionalmente o mediador da CIA para manter lubrificadas as organizações a serviço dos EUA.
Em março deste ano, em data não comunicada, o presidente Obama assinou uma ordem secreta que autoriza a CIA a empreender operações na Líbia, para derrocar Kadafi. O The Wall Street Journal, que informa disso, em 31 de março, acrescenta: "Os responsáveis pela CIA reconhecem ter estado ativos na Líbia desde fazia várias semanas, tal como outros serviços secretos ocidentais".
Tudo isto já não é muito secreto, circula pela Internet faz algum tempo; o que é estranho é que a grande mídia não diga nem uma palavra. No entanto, conhecem-se muitos exemplos de "combatentes da liberdade" armados deste modo e financiados pela CIA. Por exemplo, nos anos 80, as milícias terroristas da ‘contra’, organizadas por Reagan para desestabilizarem a Nicarágua e derrocarem seu governo progressista. Nada se aprendeu da História? Esta "Esquerda" européia que aplaude os bombardeios não utiliza a Internet?
Terá que se estranhar de que os serviços secretos italianos "delatem" assim as façanhas dos seus colegas franceses e que estes "delatem" seus colegas americanos? Isso só é possível se acreditarmos em histórias bonitas sobre a amizade entre "aliados ocidentais" Já falaremos...
 
(Extraído do Investig’Action)
Tom Phillips, Rio de Janeiro, no jornal britânico Guardian
 
 
Polícia tucana ignora traficantes e reprime manifestantes
Texto de Eduardo Guimarães para o Blog Cidadania

Policial observa consumidores de crack no centro de SP
Quem quiser entender por que São Paulo vai encolhendo economicamente e crescendo no ranking das piores regiões do país para se viver devido à violência urbana, à péssima educação pública, à trágica situação do sistema público de saúde, à terrível situação do saneamento básico e das obras de prevenção de enchentes, entre outros, só terá que olhar para o que aconteceu na capital do Estado no último sábado, durante a“Marcha da Maconha”.
 
Antes, porém, há que olhar para fato recente que mostra para quem o governador Geraldo Alckmin governa. E o melhor exemplo disso é ele ter atendido a pedido de meia dúzia de gatos pingados endinheirados do bairro de Higienópolis e decidido tirar de lá estação de metrô que serviria a toda a cidade só para não “incomodar” esse grupelho que se acha dono de um bairro inteiro e com direito de interferir na vida de toda a comunidade paulistana.
Fiquemos na questão da segurança pública. Recentemente, reportagem da TV Bandeirantes mostrou a falácia tucano-midiática sobre uma absurda “queda da violência” no Estado de São Paulo, deixando ver que se deve a uma imensa farsa policial que deixa de registrar como assassinato tudo o que envolva mortes no âmbito de outros crimes, e que chega ao absurdo de delegados e escrivães desestimularem queixosos de crimes de fazerem Boletins de Ocorrência.
Todos viram a repressão policial abusiva, covarde, violenta do último sábado, produzindo cenas tristes que lembraram os piores momentos da ditadura militar, com policiais em grupo espancando, aqui e ali, um único manifestante. E não pelo uso de maconha, mas por pregarem a descriminalização dela, uma discussão acadêmica e de saúde pública que ocorre em todo o planeta, atualmente, como idéia para puxar o tapete do tráfico de drogas.
Falando em tráfico, aliás, lembremo-nos da tragédia urbana que produz, em São Paulo, problema para o qual os órgãos paulistas de Segurança não oferecem solução alguma, sendo o exemplo mais trágico, chocante e revoltante a região da capital dita “Cracolândia”, que fica a poucos quilômetros do elegante e preconceituoso bairro de Higienópolis, que acredita que pode se tornar uma ilha de paz e civilização em meios ao caos paulistano.
Enquanto os policiais militares espancavam cidadãos que apenas exerciam seu direito constitucional de reunião e manifestação na avenida Paulista e região, a poucos quilômetros dali as cenas que você verá no vídeo logo a seguir aconteciam sem a presença da autoridade policial. Em vez de combater o tráfico, a polícia tucana combate os que buscam fórmulas para resolver o que essa mesma polícia não resolve.
A imagem rotineira da Cracolândia, em São Paulo, é a de uma massa de duas mil pessoas vivendo no meio do lixo e das drogas. É assim há pelo menos dez anos. E o que foi feito de concreto para mudar esse cenário? Um jogo de empurra entre polícia e órgãos de saúde, tudo sob a batuta de Alckmin. Assim, a “Cracolândia” cresce como uma epidemia. E só quem sai ganhando é o tráfico. Vale, portanto, assistir ao vídeo abaixo. Só para não esquecer.
 
 
 
Postado por Brizola Neto4 comentários

Hoje é um dia de tristeza que, embora esperado, dói muito em todos os que acreditam na igualdade humana e têm nojo do racismo. Morreu Abdias do Nascimento, um homem que foi tantas coisas que é difícil enumerar e, em todas elas, foi um só: um brasileiro negro, que amor a arte, o conhecimento e as pessoas.
Abdias, que nasceu em 1914, viveu intensamente seus 97 anos de lutas. Luta como soldado, nas revoluções de 30 e no levante paulista de 32, luta para se formar economista, em 38. A luta contra o Estado Novo e contra o racismo o levam, em 1941, à Penitenciária de Carandiru, onde cria o Teatro do Sentenciado, organizando um grupo de presos que escrevem, dirigem e interpretam.
E não pára nisso. Cria o Teatro Experimental do Negro, interpreta no teatro e no cinema – Orfeu da Conceição, que virou Orfeu do Carnaval foi um de seus trabalhos mais conhecidos.
Obrigado a deixar o país pela ditadura, torna-se Conferencista Visitante da Universidade de Yale University,em 69. Um ano depois funda a cadeira de Culturas Africanas no Novo Mundo, na Universidade do Estado de Nova York.
No fim dos anos 70, com meu avô, Leonel Brizola, funda o PDT e, nele, o Movimento Negro. No primeiro Governo Brizola, foi deputado federal. No segundo, foi secretário de Estado de Defesa e Promoção das Populações Afro-Brasileiras e, com a morte de Darcy Ribeiro, assumiu uma cadeira de Senador.
Nos últimos anos, com a saúde não deixava Abdias mover-se muito. Mas sua luta jamais parou. Daqui a pouco, vou postar o programa Espelho, apresentado por Lázaro Ramos, exibido por ocasião de seus 95 anos. E posto, aí em cima, seu discurso sobre Zumbi dos Palmares, no Senado da República do Brasil.
Do Brasil de todas as cores!
Postado por Brizola Neto8 comentários
 
 
Soldados sentem prazer espancando crianças iraquianas
Qual será o futuro das crianças de países invadidos pelos EUA?
As imagens fortes revelam o espancamento covarde de crianças iraquianas pelas forças ocidentais que se propuseram a instaurar a "democracia" naquele país. São violações e arbitrariedades conhecidas por todo o mundo, mas que transitam incólumes já que praticadas pela nação mais poderosa do planeta e os seus aliados.

No vídeo, as crianças imploram para não serem torturadas pelos soldados euro-americanos, embora quanto mais peçam, mais apanhem. O sujeito com a câmera registrando as imagens parece sentir prazer ao assistir àquela brutalidade. É, provavelmente, mais um dos soldados que ali estão para "impor democracia".

É com essa política de ódio que devemos esperar dias melhores para o planeta e para as nações vítimas da ganância norte americana? Atos como este tão somente alimentam a raiva dessas crianças que crescerão sonhando com a hora do revide; com a hora de assassinar os americanos que, para boa parte do mundo são expoentes da democracia, mas que para aquelas crianças são expoentes do que há de pior no ser humano.

Não se sabe a data exata da gravação do vídeo, mas vale lembrar que o Nobel da Paz - Barack Obama - prometeu tirar as tropas do Iraque e até agora tudo não passou de promessa de campanha.



Pragmatismo Politico