moinho de versos
movido a vento
em noites de boemia
vai vir o dia
quando tudo que eu diga
seja poesia
vazio agudo
ando meio
cheio de tudo
casa com cachorro brabo
meu anjo da guarda
abana o rabo
o barro
toma a forma
que você quiser
você nem sabe
estar fazendo apenas
o que o barro quer
para que leda me leia
precisa papel de seda
precisa pedra e areia
para que leia me leda
precisa lenda e certeza
precisa ser e sereia
para que apenas me veja
pena que seja leda
quem quer você que me leia
Marginal é quem escreve à margem,
deixando branca a página
para que a paisagem passe
e deixe tudo claro à sua passagem.
Marginal, escrever na entrelinha,
sem nunca saber direito
quem veio primeiro,
o ovo ou a galinha.