Texto tirados da Internet

Deus ou um gato preto no escuro?

Frases de ateus e agnósticos -

“Eu sou ateu, sou sim. Levei um longo tempo para dizer isso. Eu tenho sido um ateu por anos e anos, mas de algum modo eu senti que era intelectualmente inaceitável dizer que alguém é um ateu, porque isso assumia um conhecimento que ninguém tem. De algum modo era melhor dizer que alguém era um humanista ou agnóstico. Eu não tenho a evidência para provar que Deus não existe, mas eu suspeito tanto que ele não existe que eu não quero perder o meu tempo.” Isaac Asimov

“Um cético é um cego num quarto escuro à procura de um gato preto que não está lá, e um teísta é o tipo que encontra o gato.” Anônimo

“O cientista anseia encontrar e por fim compreender a verdade; O homem religioso quer que a verdade se encaixe no seu molde preconcebido. Então, como resultado… O cientista altera a sua percepção conforme os fatos; O homem religioso tenta mudar os fatos conforme suas crenças.” Anônimo

“Ubi dubium ibi libertas (Onde há dúvida, há liberdade)” Provérbio Latino

“Se lhe ensinassem que os elfos causam a chuva, todas as vezes que chovesse, você veria a prova dos elfos.” Ariex

“Eu sou ateu porque não há evidência para a existência de Deus. Isso deve ser tudo o que se precisa dizer sobre isso: sem evidência, sem crença.” Dan Barker, Perdendo a Fé na Fé: De Padre A Ateu

“Através dos anos percebi que o deus pra quem eu rezava era o deus que eu inventei. Quando eu falava com ele, falava comigo mesmo. Ele não tinha conhecimento ou qualidades que eu não tenho. Quando percebi que deus era uma extensão da minha imaginação, parei de rezar pra ele.” Howard Kreisner, âncora do programa “The American Atheist Hour”

“Acreditar é mais fácil do que pensar. Daí existirem muito mais crentes do que pensadores.” Bruce Calvert

“Deuses são coisas frágeis; eles podem ser mortos com uma baforada de ciência ou uma dose de senso comum.” Chapman Cohen

“SEM prova, SEM deus, SEM problema.” Kamian

“Apenas pense sobre a tragédia de ensinar as crianças a não duvidar!” Clarence Darrow, Advogado americano (1857-1938)

“A ignorância suplica confiança mais freqüentemente do que o conhecimento: são aqueles que sabem pouco, e não os que sabem muito, que afirmam tão positivamente que esse ou aquele problema nunca serão resolvidos pela ciência.” Charles Darwin, Introdução, The Ascent of Man, 1871

“Faz muita diferença se pensamos em Deus como uma pessoa ou como uma força. De uma forma você tem o Cristianismo, do outro você tem a Guerra nas Estrelas.” Jayne Kulikauskas

“Eu sou contra a religião porque ela nos ensina a nos satisfazermos ao não entender o mundo.” Richard Dawkins

“…mas também não posso provar que cogumelos não poderiam estar em naves intergaláticas espionando-nos.” Daniel Dennett

“Se deus queria que as pessoas acreditassem nele, por que então ele inventou a lógica?” David Feherty, jogador de golfe da PGA Tour

“Quando o primeiro espertalhão encontrou o primeiro imbecil, nasceu o primeiro deus.” Millor Fernandes

“O invisível e o inexistente se parecem muito.” Delos B. McKown, Ph.D. Professor americano, filósofo, autor, ex-padre
“O teísta e o cientista são intérpretes rivais da natureza, o primeiro retrocede conforme o outro avança.” Joseph McCabe, “A Existência de Deus”, pág. 84

“O fato que um crente é mais feliz do que um cético não é mais pertinente do que o fato que um homem bêbado é mais feliz do que um sóbrio. A felicidade da credulidade é uma qualidade barata e perigosa.” George Bernard Shaw

"Invocar o não-conhecível para explicar o “Desconhecido” é um beco sem saída intelectual.” Neal M. Stevens

“Quando nós falamos com deus, é uma prece. Quando deus fala conosco, é esquizofrenia.” Lily Tomlin, atriz Americana

“Cético não significa aquele que duvida, mas aquele que investiga ou pesquisa, oposto àquele que afirma e pensa que descobriu.” Miguel de Unamuno



Miséria na cultura: decepção e depressão

Em 1930 Sigmund Freud escreveu seu famoso livro “O mal-estar na cultura”e já na primeira linha denunciava: “no lugar dos valores da vida se preferiu o poder, o sucesso e a riqueza, buscados por si mesmos”. Hoje tais fatores ganharam tal magnitude que o mal-estar se transformou em miséria na cultura. A COP-15 em Copenhague trouxe a mais cabal demonstração: para salvar o sistema do lucro e dos interesses econômicos nacionais não se teme pôr em risco o futuro da vida e do equilíbrio do planeta já sob o aquecimento que, se não for rapidamente enfrentado, poderá dizimar milhões de pessoas e liquidar grande parte da biodiversidade.

A miséria na cultura, melhor, miséria da cultura se revela por dois sintomas verificáveis mundo afora: pela generalizada decepção na sociedade e por uma profunda depressão nas pessoas. Elas têm razão de ser. São conseqüência da crise de fé pela qual está passando o sistema mundial. De que fé se trata? A fé no progresso ilimitado, na onipotência da tecno-ciência, no sistema econômico-financeiro com seu mercado como eixos estruturadores da sociedade. A fé nesses deuses possuía seus credos, seus sumos-sacerdotes, seus profetas, um exército de acólitos e uma massa inimaginável de fiéis.

Hoje os fiéis entraram em profunda decepção porque tais deuses se revelaram falsos. Agora estão agonizando ou simplesmente morreram. Os G-20 em vão procuram ressuscitar seus cadáveres. Os professantes desta religião de fetiche, agora constatam: o progresso ilimitado devastou perigosamente a natureza e é a principal causa do aquecimento global; a tecnociência que, por um lado tantos benefícios trouxe, criou uma máquina de morte que só no século XX matou 200 milhões de pessoas e hoje é capaz de erradicar toda a espécie humana; o sistema-econômico-financeiro e o mercado foram à falência e se não fosse o dinheiro dos contribuintes, via Estado, teriam provocado uma catástrofe social. A decepção está estampada nos rostos perplexos dos lideres políticos, por não saberem mais em quem crer e que novos deuses entronizar. Vigora uma espécie de nhilismo doce.

Já Max Weber e Friedrich Nietszche haviam previsto tais efeitos ao anunciarem a secularização e a morte de Deus. Não que Deus tenha morrido, pois um Deus que morre não é “Deus”. Nietszche é claro: Deus não morreu, nós o matamos. Quer dizer, Deus para a sociedade secularizada não conta mais para a vida nem para coesão social. Em seu lugar entrou um panteão de deuses, referidos acima. Como são ídolos, um dia, vão mostrar o que produzem: decepção e morte.

A solução não reside simplesmente na volta a Deus ou à religião. Mas em resgatar o que eles significam: a conexão com o todo, a percepção de que o centro deve ser ocupado pela vida e não pelo lucro e a afirmação de valores compartidos que podem conferir coesão à sociedade.

A decepção vem acolitada pela depressão. Esta é um fruto tardio da revolução dos jovens dos anos 60 do século XX. Ai se tratava de impugnar uma sociedade de repressão, especialmente sexual e cheia de máscaras sociais. Impunha-se uma liberalização generalizada. Experimentou-se de tudo. O lema era: “viver sem tempos mortos; gozar a vida sem entraves”. Isso levou a supressão de qualquer intervalo entre o desejo e sua realização. Tudo tinha que ser na hora e rápido.

Disso resultou a quebra de todos os tabus, a perda da justa-medida e a completa permissividade. Surgiu uma nova opressão: o ter que ser moderno, rebelde, sexy e o ter que desnudar-se por dentro e por fora. O maior castigo é o envelhecimento. Projetou-se a saúde total, padrões de beleza magra até a anorrexia. Baniu-se a morte, feita espantalho.

Tal projeto, pós-moderno, também fracassou, pois não se pode fazer qualquer coisa com a vida. Ela possui uma sacralidade intrínseca e limites. Uma vez rompidos, instaura-se a depressão. Decepção e frustração são receitas para a violência sem objeto, para o consumo elevado de ansiolíticos e até para o suicídio, como vem ocorrendo em muitos países.

Para onde vamos? Ninguém sabe. Somente sabemos que temos que mudar se quisermos continuar. Mas já se notam por todos os cantos, emergências que representam os valores perenes da “condição humana”. Precisa-se fazer o certo: o casamento com amor, o sexo com afeto, o cuidado para com a natureza, o ganha-ganha em vez do ganha-perde, a busca do “bem viver”, base para a felicidade que hoje é fruto da simplicidade voluntária e de querer ter menos para ser mais.

Isso é esperançador. Nessa direção há que se progressar.

Leonardo Boff é autor de Virtudes para um outro mundo possível (3 vol.) Vozes 2008.