sexta-feira, 17 de junho de 2011

Uma linda mexicana


sexta-feira, 24 de junho de 2011

PC Farias: foi queima de arquivo

Foi queima de arquivo
Mário Simas Filho
ISTOÉ Independente
STF confirma que PC Farias, o famoso tesoureiro de Collor, foi assassinado por seus seguranças e derruba a farsa do crime passional, denunciada por ISTOÉ há 15 anos
Com 15 anos de atraso, o Supremo Tribunal Federal colocou um ponto final em um dos crimes mais rumorosos do Brasil: os assassinatos de Paulo César Farias e de sua namorada, Suzana Marcolino. PC Farias, como era conhecido o empresário alagoano, foi o tesoureiro do ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello. Ele era considerado o maior conhecedor dos esquemas de corrupção que levaram ao impeachment de Collor e apontado pela Polícia Federal como o responsável pela movimentação de dezenas de contas no Exterior abastecidas pelo propinoduto instalado no governo federal. Em 23 de junho de 1996, dias antes de depor em uma CPI que investigava a relação de empreiteiras com o Palácio do Planalto, PC e sua namorada foram mortos na casa do empresário na praia de Guaxuma, litoral de Maceió. Antes mesmo de os corpos serem removidos, os irmãos de Farias, também envolvidos com o governo Collor, e a polícia alagoana passaram a tratar o caso como crime passional. Suzana teria matado PC e se matado em seguida. Uma versão endossada por delegados da Polícia Federal e pela mídia em geral, mas que não tinha nenhuma sustentação em provas técnicas ou testemunhais, como denunciaram diversas reportagens de ISTOÉ desde a primeira semana de julho de 1996. Com base nos relatos de testemunhas, muitas delas ignoradas pela polícia alagoana, e nos estudos feitos por peritos e legistas de todo o País, as reportagens mostravam que PC e Suzana foram vítimas de um duplo homicídio e que a cena do crime fora alterada para dificultar as investigações.
ARMAÇÃO
A cena do crime (acima) foi alterada para atrapalhar as investigações. Em julho de 1996,
ISTOÉ denunciou a montagem para que o caso fosse arquivado como crime passional
No início deste mês, o ministro Joaquim Barbosa, do STF, decidiu, em última instância, que Adeildo dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar dos Santos e José Geraldo da Silva, ex-seguranças de PC e ainda hoje funcionários da família Farias, deverão ser levados a júri popular acusados como coautores dos assassinatos. A decisão de Barbosa não deixa dúvida. O que ocorreu na casa da praia de Guaxuma foi um duplo homicídio e não um homicídio seguido de suicídio. “O jornalismo praticado por ISTOÉ teve papel fundamental para que a farsa não prevalecesse sobre os fatos”, diz o juiz Alberto Jorge Correia Lima, da 8ª Vara Criminal de Alagoas, responsável pelo processo que apura o crime. Segundo ele, o julgamento dos ex-seguranças de PC deverá ocorrer em setembro.
“Depois de tanto tempo, aumentam as chances de os ex-seguranças serem inocentados, pois os detalhes já não estão mais na memória das pessoas como na época do crime”, lamenta o promotor Luiz Vasconcelos. “Mas só o fato de haver um júri popular comprova que uma farsa estava em gestação.” Em março de 1997, o promotor e o juiz colocaram em dúvida um laudo elaborado pelo legista Fortunato Badan Palhares, da Unicamp, que procurava impor rigor científico à tese do homicídio seguido de suicídio. Com base em reportagem de ISTOÉ, que, amparada em pareceres emitidos por legistas de diversos Estados enumerou uma série de falhas no laudo de Palhares, a Justiça alagoana convocou três especialistas em medicina forense para mediar o impasse. A conclusão foi a de que todos os indícios apontavam para o duplo homicídio. “Se quatro pessoas estão em uma sala e uma delas é morta, ou o assassino está entre os três que sobreviveram ou eles compactuaram para encobrir uma outra pessoa”, diz o promotor, referindo-se à situação dos acusados. O promotor lamenta que a farsa montada em torno da tese do crime passional tenha impedido que investigações mais profundas fossem feitas. Ele explica que a possível condenação dos ex-seguranças de PC pode representar a punição aos autores dos homicídios, mas que o mandante do crime ainda é um mistério. Em sua denúncia, o juiz Correia Lima chegou a apontar o ex-deputado Augusto Farias, irmão de PC, como o mentor intelectual do crime, mas o STF entendeu que não havia provas suficientes contra o ex-parlamentar. Se a Justiça fosse menos morosa, é provável que todos os mistérios em torno da morte de PC já estivessem resolvidos.

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junho de 2011


Política sem políticos

Crônicas do Motta
Não faz muito tempo li qualquer coisa sobre a intenção de um grupo de empresários - ou seriam banqueiros? - de criar um partido político, usando como argumento maior de sua odisseia o fato de que a nova agremiação não teria políticos e seria dirigida por pessoas acostumadas a administrar seus bens.
Vi também que o prefeito paulistano Gilberto Kassab procurou afastar a legenda que está criando de qualquer tipo de ideologia política - como se isso fosse possível. O incrível Kassab chegou a dizer que o tal partido não será de esquerda, nem de direita, nem de centro. Seria, então uma espécie de Suíça, um elemento neutro na política nacional - neutralidade, nesse caso, indicando que está pronto para "negociar" apoio à sua conveniência.
Claro que iniciativas como essas duas não devem ser levadas a sério por ninguém que tenha interesse mínimo pela política. São ações que podem ser classificadas de extravagantes, uma bobagem que não resiste a qualquer tipo de discussão um pouco mais séria.
Administrar uma empresa, por melhor que seja o administrador e melhores os resultados da companhia, não tem nada, absolutamente nada, a ver com o ato político de governar uma cidade, um Estado, um país - sim, porque governar é, antes de mais nada, fazer política. São coisas completamente diferentes, que são levadas ao público como semelhantes apenas com o objetivo de confundir as pessoas.
No fundo, no fundo, tais iniciativas mostram o quanto a oposição brasileira está perdida, sem discurso, sem perspectiva, vivendo apenas de "escândalos" pautados pelos jornalões, em guerra permanente contra o governo petista.
Dilma e aliados podem estar tranquilos enquanto a tal "elite" do país se concentra nessas besteiras: partidos sem ideologia e sem políticos. Haja desespero
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Brasil dá mais um passo para abolir a escravidão
Empregada doméstica: um “animal” em extinção
O Provocador
A definitiva abolição da escravatura está prestes a ser assinada. Enfim, o Brasil vai libertar as últimas mucamas. O cativeiro social em que vivem as empregadas domésticas deste país vai ser explodido. Madames, tremei!
O governo vai enviar ao Congresso um projeto de lei que retira as "mensalistas" do porão da informalidade e as equipara a trabalhadores normais (sinal que nunca foram, não é mesmo?). Passariam a ter direito, vejam só, ao FGTS, seguro-desemprego e horas extras.
Se quisermos de fato entrar para o mundo capitalista civilizado, um bom treino é limpar a própria privada. Isso vai soar uma brutalidade para as senhoras de classe média que nunca ensinaram seus filhos a lavar os pratos em que comem. Paciência. O mundo é cruel.
Não tanto como a relação de sinhá moça que alguns adolescentes bem nascidos e seus pais mal-educados estabelecem com a criadagem. Sim, as empregadinhas, jardineiros, cozinheiras, babás e faxineiras que se entopem nos ônibus e trens, vindas das mais longínquas senzalas.
Em nossa cultura cínica e cordial, é lugar comum dizer que as empregadas domésticas fazem parte da família. Sempre vomito quando ouço isso. E lembro de uma vizinha que guardava um prato, uma caneca, um garfo e uma faca debaixo da pia. Juro. Eram para a "moça da faxina".
Também me lembro de uma jovem da elite nordestina que, uns cinco anos atrás, pagava R$ 25 por dia para a faxineira, sergipana como ela, que limpava seu “duplex” em um bairro nobre de São Paulo. Perguntada sobre por que não pagar mais, ela disse, sem nem perceber o quanto estava sendo malévola: “Ela se vira muito bem com isso”.
O crescimento econômico, aliado à escolarização dos mais pobres, vai tornar cada vez mais rara essa figura que nunca sai nas fotos de família. Assim como nos países desenvolvidos, ter uma doméstica em casa vai passar a custar muito, muito caro.
Como disse o ex-deputado Delfim Neto, com aquela elegância tão discreta quanto sua silhueta: “Há uma ascensão social incrível. A empregada doméstica, infelizmente, não existe mais. Quem teve este animal, teve. Quem não teve, nunca mais vai ter.”
Não tenho palavras para comentar uma frase dessas. Mas saber que ela é o retrato de um pensamento prestes a ser extirpado me dá um prazer indescritível. Prazer animal.

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Dois meses de incerteza na economia mundial
Quem acha que a imposição à Grécia de um programa de alienação de seu patrimônio resolverá a a situação dramática da economia mundial, pode esquecer.
A crise grega é só um sintoma agudo da perda decontrole, pelas economias centrais, da dinâmica econômica mundial.
Hoje, feriado aqui, é dia morto nos negócios. Lá fora, porém, a coisa está quente.
A Bolsa de Nova York cai 1,4% – o que lá é uma variação imensa – com os dados de que o nível de emprego nos EUA não subiu e a atividade econômica não apresenta sinais de maior recuperação.
O comunicado do Comitê Federal de Mercado Aberto, equivalente ao nosso Copom, descreve a situação com esta pérola: “a recuperação econômica está prosseguindo a um ritmo moderado, embora bastante mais lentamente do que o Comitê havia esperado”. Isto é, não há recuperação alguma.
Tudo vai continuar se degradando até o início de agosto, data da decisão do Congresso de elevar o limite de endividamento público dos EUA, que estourou seu teto.
Eles não mexeram nos juros – quesão zero,praticamente – mesmo diantede uma previsão maior de inflação. E se uniram à Europa para anunciar uma medida absolutamente fora dos padrões ortodoxos: a liberação de 60 milhões de de barris de petróleo de suas reservas, para forçar a baixa do petróleo. A desculpa é a paralisação do fornecimento líbio, mas a razão foi mesmo a negativa da Opep, no início do mês, de aumentar a produção.
Conseguiram, com isso, forçar uma baixa de quase 5% nas cotações do produto, ajudados pelo verão no hemisfério Norte e pelas parcas perspectivas de crescimento da economia.
O mundo desenvolvido, que nospassa lições sobre “superávits” e “contenção da inflação a qualquer preço” (leia-se: aumento dos juros e desaceleração da economia) pratica regras inversas para si mesmo. A inflação está quase 50% acima da médiaesperada nos EUA (2,9%, contra uma meta de 2%) e quase isso na Europa. Mas veja o que disse, há poucos dias, o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, Olivier Blanchard:
“A inflação é um não-tema para os EUA e não é um grande tema na Europa”
E aqui, uma inflação pontual e mais midiática que real, é razão de perdermos o ritmo de crescimento?
Postado por Fernando Brito14 comentários
Jun
É impressionante como a oposição brasileira é incapaz de qualquer ato que não seja o da mais absoluta vassalagem ao capital internacional.
É completamente incabível, sob qualquer aspecto, a reação ao fato de se estar promovendo, através de lei específica, a regulação – e não a proibição – da propriedade estrangeira de solo brasileiro, como publica hoje o Estadão.
Ninguém quer se meter com a vida de alguém que, cansado do frio europeu, queira ter um sitiozinho ou uma chácara no Brasil. Seja bem-vindo, esteja em casa.
Não se pode descartar, mesmo, que o limite mínimo para ter de haver registro – que é de cinco hectares, (50 mil metros quadrados) possa ser um pouco maior, em áreas não-urbanas. Negociação é assim mesmo, você oferece o mínimo e cede um pouco, dentro do razoável.
Daí em diante, a transação teria de ter a aprovação e o registro em um órgão público. Nada demais. Apenas queremo saber o que o “mister” quer fazer com a terra, qual é o seu projeto.
E para as propriedades de mais de 500 mil hectares – cinco milhões de metros quadrados – a União seria detentora de uma espécie de “golden share”, uma participação garantida na definição do uso da terra.
Portanto, longe de ser uma medida radical, é o mínimo que o país precisa para controlar um bem que não é “fabricável”: o seu território.
O Tijolaço já tratou deste tema com mais detalhes – o que você pode ler aqui – e a gente reproduz o mapa que publicou naquela ocasião.
Nele, repare uma coisa: todo mundo pensa que estrangeiro comprando terra é coisa lá nos cafundós, não é? Nada, é só você olhar no mapa e ver que é o agronegócio a cereja do bolo: Mato Grosso, São Paulo e Mato Grosso do Sul não os estados onde a terra mais foi abocanhada.





quinta-feira, 23 de junho de 2011

Funai revela descoberta de tribo indígena jamais contactada pelo homem branco

Foto aérea da nova tribo descoberta
Pesquisadores brasileiros anunciaram, nesta quinta-feira, a descoberta de uma das últimas tribos indígenas não contactadas pela civilização ocidental, em um ponto remoto da Floresta Amazônica. Fotos aéreas reveladas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) ao canal árabe de TV Al Jazeera mostram quatro grandes construções no Vale do Javari, na tríplice fronteira com o Peru e a Bolívia. Diretor da Funai, Aloysio Guapindaia garantiu que o governo brasileiro trabalha no sentido de preservar a tribo encontrada do contato com o homem branco como forma de preservá-los de doenças desconhecidas por seu sistema imunológico.

Ainda segundo Aloysio Guapindaia, a tribo localizada pertence ao grupo linguístico Pano, difundido na região amazônica e alto Mato Grosso, onde outras tribos ainda não contactadas subsistem à exploração da madeira e de outras riquezas encontradas no solo. Até agora, ainda existem nove grupos não contactados naquela área e, em todo o país, são mais de 50 referências – sinais de sua existência em determinada região. No Estado, eles permanecem embrenhados nas matas dos municípios de Cotriguaçu, Apiacás, Aripuanã, Tabaporã, Juara, Juína, Comodoro e Colniza.
Leia mais:

Outro sertanista, José Carlos dos Reis Meirelles, que chefia a Frente de Proteção Etno-Ambiental do Rio Envira, diz em um artigo publicado recentemente que já se sabia, “de antemão, da presença de madeireiras legais e ilegais explorando mogno nas cabeceiras dos rios Juruá, Envira, Purus e seus afluentes. Mas tudo de ruim que imaginava não chega nem perto da realidade. O que ocorre naquela região é um crime monumental contra a natureza, índios, fauna, além de um atestado da mais pura irracionalidade de como nós, civilizados, tratamos o mundo, casa de todos nós”.

“É preciso considerar que esses povos isolados não sabem o que é a civilização, e quando encontram algum sinal de civilização, ou atacam ou fogem. Mesmo quando fogem, acabam entrando em conflitos. O governo brasileiro e o governo peruano sabem de tudo isso, mas não movem uma palha ao menos para tentar solucionar a questão. Tudo fica nos protocolos de intenção, em atas de reuniões, em salas refrigeradas de encontros binacionais. Nada além disso. A principal causa do desmatamento na fronteira com o Peru é demanda de madeiras nobres, como o mogno, usado para fazer móveis ‘coloniais’, principalmente caixões” acrescentou.

Presentes e doenças

O velho método de contato usado por anos a fio foi deixado para trás. Nada de se apresentar, levar presentes e novos moldes culturais para os grupos isolados.

– Quando se faz isso, eles adoecem, se sedentarizam e mudam de hábitos – explicou a jornalistas o indigenista Juscelino Melo.

A Funai agora apenas observa de longe os movimentos dos indígenas, a fim de conhecer suas características e poder demarcar uma área adequada à sobrevivência do grupo. Esta é, aliás, a tentativa do órgão com os índios descobertos na serra Morena. Depois de estudar seus hábitos, o que era uma área de restrição se adequa e torna-se uma reserva indígena – em que o encontro entre brancos e índios, apesar de inevitável, é adiado ao máximo.

Não se sabe qual o parentesco do grupo isolado de Colniza com etnias das imediações. Mas tanto os índios cinta-larga quanto os arara – ambos habitantes daquela região do estado – reconheceram os artefatos recolhidos nos acampamentos como semelhantes aos que produzem. “Por enquanto, podemos dizer apenas que há grandes chances de serem um braço dos índios tupis”, apontou Melo.

Busca começou em 1999

Quando souberam que a região da serra Morena poderia abrigar um grupo indígena não contactado, funcionários da Funai organizaram a primeira expedição, em meados de 1999. O primeiro passo foi tentar extrair informações do funcionário da madeireira, o primeiro a avistar os vestígios. Mas a tentativa não vingou:

– Ele queria R$ 20 mil para mostrar onde era a área – lembrou o indigenista Juscelino Melo.

A equipe partiu então para outras estratégias. Juntou pistas informadas por fazendeiros da região, até encontrar a mesma picada que, tempos antes, havia sido aberta pelo primeiro a avistar o achado. Seguindo o rastro do trabalhador da madeireira – que perderam em muitas ocasiões – a Funai conseguiu encontrar o acampamento indígena. Isso depois de oito dias de viagem, e 160 quilômetros de trecho.

Ao final do “picadão”, os pesquisadores depararam-se com uma vigia de espera. Trata-se de uma espécie de camuflagem, usada por índios para observar a passagem de animais. À frente, encontraram dois abrigos de palha, que aparentemente acolheram um par de famílias. Mais tarde, nova dupla de malocas de palha foi descoberta, seguindo os mesmos padrões. Junto aos abrigos, uma fartura de artefatos: imensos cochos de palmeira trançada para fazer bebidas, cestos de palha, pedras de quebrar cocos, abanos, esteiras e assim por diante.

Segundo os cálculos de Juscelino Melo, as duas moradas deveriam abrigar oito pessoas. Ainda é cedo para saber se elas são os únicos indivíduos do grupo, ou uma parcela desgarrada de uma comunidade maior, que perambula pela região. Uma das características observadas pela Funai é que os índios produzem utensílios a cada novo acampamento – costume interpretado como a busca de mobilidade, em caso de fuga.

Seja qual for a hipótese, não há mais muito espaço para se locomoverem.

– Por isso, é importante preservar a área que ainda existe – observou Melo.

Os 160 mil hectares pleiteados pela Funai são ocupados por fazendas, madeireiras e poucos seringueiros, copaibeiros e coureiros, sobreviventes da decadência das três atividades.
Al Jazeera e Correio do Brasil







Absurdo: Bispo sugere que mulheres só são estupradas quando querem
Bergonzini militou por José Serra na última eleição
Bíspo de Guarulhos, Luiz Gonzaga Bergonzini, diz que mulheres mentem ao dizer que foram estupradas. Ele acusa que a mentira seria apenas para conseguir liberação da lei para pratica do aborto.
"Vamos admitir até que a mulher tenha sido violentada, que foi vítima... É muito difícil uma violência sem o consentimento da mulher, é difícil", comenta. O bispo ajeita os cabelos e o crucifixo. "Já vi muitos casos que não posso citar aqui. Tenho 52 anos de padre... Há os casos em que não é bem violência... [A mulher diz] 'Não queria, não queria, mas aconteceu...'", diz. "Então sabe o que eu fazia?" Nesse momento, o bispo pega a tampa da caneta da repórter e mostra como conversava com mulheres. "Eu falava: bota aqui", pedindo, em seguida, para a repórter encaixar o cilindro da caneta no orifício da tampa. O bispo começa a mexer a mão, evitando o encaixe. "Entendeu, né? Tem casos assim., do 'ah, não queria, não queria, mas acabei deixando'. O BO é para não facilitar o aborto", diz.
Leia também:
A posição do bíspo é um uma tentativa de dificultar o aborto nas cidades da grande São Paulo.
O bíspo Luiz Gonzaga é um claro exemplo da mistura de politica com religião, e usa de sua influência em fiéis para mudar votos e opiniões da massa. Como foi o caso de seu discurso contra a presidenta Dilma, em que ele fez "pregações" contra as intenções da candidata e espalhou folhetos por várias igrejas. Ato que resultou na derrota do PT na cidade de Guarulhos.
Vida em Órbita & Valor Econômico




Não faz sentido alimentar guerras quando existem estômagos não alimentados
O dinheiro que aniquila poderia construir
Com a despesa mundial em armamentos durante 2010, poderia-se manter 212 milhões de crianças de aproximadamente um ano, ao custo médio necessário em um país desenvolvido europeu. A manutenção estimada por criança ali, segundo fontes extraoficiais, é de quatro mil 715 dólares ao ano, enquanto o investimento em meios bélicos aumentou em 2010, globalmente, a um trilhão 630 bilhões de dólares.

Nove milhões de crianças morrem de fome anualmente no mundo, e só o protótipo do superavião britânico não tripulado Taranis, acumulou um custo de 215 milhões de dólares, os que bastariam para alimentar 45 mil 599 crianças ao ano.

Nos países do sul poderiam se alimentar muitos mais pequenos, se só se tratasse de cobrir as necessidades básicas para não morrer de inanição e de doenças previsíveis ou curáveis, ainda que o anterior se assume hoje só como relações matemáticas. Mas o Tiranis, nome do Deus celta do trovão e qualificado como "a cúpula" da engenharia britânica e do desenho aeroespacial, não é o maior exemplo bélico, pois as despesas em armamentos compreendem enormes meios com capacidade de destruição totalmente global.

Leia também:
O Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo (SIPRI) considera, em seu relatório sobre o ano passado, que as armas nucleares continuam representando um grande perigo apesar das promessas de redução.

Como causa da pronunciada pirâmide armamentística, identifica a luta pelas riquezas naturais, devido ao aumento da demanda internacional e da penúria induzida especialmente pelas mudanças climáticas.

Neil Melvin, diretor no SIPRI do programa Conflitos Armados e Gerenciamento dos Conflitos, considera que os recursos são "um fator maior de conflito".

Em sua opinião, o petróleo tem desempenhado seu papel nas tensões no Sudão e na Líbia, onde contribui à guerra civil, ao que pode acrescentar, na opinião de analistas, que motiva também os bombardeios da OTAN.

O aumento súbito da demanda pelo consumo, segundo o SIPRI, é a causa principal de uma concorrência crescente na busca de recursos exploráveis, até no Ártico, e no aumento dos preços, sobretudo nos da alimentação.

Ante tais previsões, o alarme é maior se considera-se que os preços dos alimentos poderiam duplicar de agora a 2020.

Em relação a isto, os múltiplos atos de violência da chamada primavera árabe foram engendrados em grande parte "por distúrbios causados pela fome" e os altos "preços dos produtos alimentários", opina.

Sobre as armas nucleares, o SIPRI explica que as reduções anunciadas foram amplamente compensadas mediante a modernização e a multiplicação dos vetores.

Só oito países possuem mais de 20 mil 500 cabeças nucleares.

Desse total, "mais de cinco mil estão deslocadas e prontas para serem usadas, e duas mil mantidas em estado de elevado alerta operacional".

Os EUA são estatisticamente os senhores das guerras.

Cinco desses estados, assinantes do Tratado de não Proliferação, "ou já estão deslocando novos sistemas de armas nucleares, ou têm anunciado sua intenção de fazê-lo".

Considera assim mesmo que as despesas mundiais em armamento, sempre encabeçadas pelos Estados Unidos, experimentaram em 2010 um crescimento de 1,3 por cento, até o trilhão 630 bilhões de dólares.

Os cem maiores fabricantes mundiais de armamento, exceto a China, venderam 401 bilhões de dólares de produtos bélicos em 2009, com recorde para os Estados Unidos, cuja demanda governamental continua se elevando.

Seu orçamento militar para 2011 é de 708 bilhões de dólares, 42,8 por cento da despesa mundial, com o que quase atinge a todos os demais países juntos.

Não obstante o quantioso, e na opinião de muitos inútil comércio e despesa em armas, a realidade evidência que este custo é insustentável, a não ser que se reembolse mediante a conquista de territórios e de outros recursos.

Promover as guerras, fratricidas todas, conduz ao aniquilamento humano.

Durante a última década, duas milhões de crianças foram assassinadas nas guerras, e calcula-se que 150 milhões, com capacidade trabalhista, são exploradas como força de trabalho.
Quatro milhões de recém nascidos, segundo meios jornalísticos, morrem em seu primeiro mês de vida, 82 por cento não recebem antibióticos, vários milhões de menores de 14 anos têm AIDS e 500 mil mulheres falecem anualmente ao parir.

Ademais, 600 milhões de crianças no mundo são vítimas da pobreza, 100 milhões vivem na rua, 150 milhões de meninas e 73 milhões de menores de 18 anos são explorados sexualmente e um milhão 800 mil caíram no comércio sexual.

Expande-se a opinião de que "há muito os países poderosos... escolheram o caminho da arma e da guerra para resolver suas carências de energia e outros recursos naturais, sem pensar e analisar que podem acarretar estes fatos no futuro".

O Taranis, capaz de empreender tanto tarefas de espionagem e vigilância como de transportar armas para atacar todo tipo de alvos, foi desenvolvido por BAE Systems, Rolls-Royce, Qinetiq e GE Aviation com o apoio do Ministério de Defesa britânico, durante quatro anos, concluídos em 2010.

Gerald Howarth, o ministro para Assuntos de Defesa, declarou a BBC Mundo que "Taranis é um projeto realmente de vanguarda. Primeiro de seu tipo no Reino Unido, reflete melhorer os avanços de desenho e as habilidades tecnológicas de nosso país e constitui um programa líder no cenário mundial".

Mas "é um primeiro passo para o Reino Unido", pois "não se trata de um avião que vá entrar em serviço, senão de uma demonstração tecnológica que provará técnicas, demonstrará capacidades e assinalará a direção na qual vamos".

Segundo as pesquisas, compreendeu-se de que se trata... e é só um exemplo.

Sobretudo quando os déficits públicos se mantêm à ordem do dia, descem as despesas sociais, se privatizam bens do patrimônio, também na União Européia, e se elevam os orçamentos militares em países aos que ninguém agride.

Seus investimentos bélicos impedem salvar aos famintos, ao mesmo tempo que provocam a morte, também em espiral.

Redação Global da Prensa Latina