quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Rubens Fonseca - A Pornografia Começou com a Vênus de Willendorf?

 

Vênus de Willendorf


Significado Geral: Ancestralidade, Fertilidade e Prosperidade.

Etimologia: “Vênus” é uma descrição genérica para diversos tipos de imagens ou estátuas femininas. “Willendorf” é o nome do local onde a estatueta foi descoberta em 1908 na Áustria.

Descrição: Uma estatueta de PEDRA de aproximadamente 11 cm, feita de oolítico (material que não existe na região de Willendorf), pintada com ocre vermelho, representando uma mulher com aspectos avantajados nos seios, vulva e barriga. Tem na cabeça um possível trançado comum da época ou uma ampla quantidade de olhos.

Tempo e Espaço: Possui, devido analises, aproximadamente 24 mil anos de idade, sendo considerada uma das mais antigas Vênus européias. Foi produzida, provavelmente, por tribos nômades de caçadores que deram origem aos povos chamados indo-europeus.

Alquimia e Ocultismo: Não possui nenhum uso conhecido. Apresenta apenas semelhanças de tamanho e formas disformes como as bonecas de pano, muito usadas em RITUAIS de direcionamento energético, como no caso dos vodus.

Tradições (neo)Pagãs: Para as diferentes religiosidades pagãs, não só a Vênus de Willendorf como várias outras representam uma crença dos povos antigos em seres femininos diretamente ligados a fertilidade e abundância. Para os crentes no conceito de “Grande Mãe”, algo muito presente nos seguidores da WICCA , Willendorf representa a própria.

Ao colocarem tal estatueta no altar (cópias, obviamente!), os pagãos acreditam estar honrando a memória e crença de seus ancestrais, além de estarem atraindo para si bênçãos de PROSPERIDADE e fertilidade, visto que as formas avantajadas da Vênus mostram que provavelmente este era o seu uso no passado; um talismã para fertilidade e uma representação da divindade mãe do povo que a esculpiu.

Comparativos: Ao ser comparada com as outras Vênus, Willendorf é uma das mais curiosas, pois é a única que mostra com clareza absoluta a idéia de fertilidade devido ao tamanho de seus seios, vulva e barriga, podendo inclusive, representar uma mulher grávida. As Deusas de fertilidade sempre existiram nas mais diferentes culturas, e dentro das religiões monoteístas, mesmo com toda a repressão do patriarcado, muitas figuras femininas se mantiveram presentes na religiosidade popular e tiveram que continuar sendo cultuadas de algum modo.

Neste caso, Maria uma ‘semideusa virgem’ ligada à criação divina e a pureza; Madalena também vista por alguns cristãos (Gnósticos) como uma ‘semideusa’ da restauração, bondade e persistência; a Santa Brigith (uma Deusa Pagã Celta), Lilith uma divindade do período pré-monoteísta dos povos judaicos (Semitas, Hebreus) e tantas outras figuras femininas enchem as religiões monoteístas dando aos seus dirigentes sérias “dores de cabeça” na tentativa de explicar o porque de terem sido em partes sincretizadas à essas religiões.

Observação: É extremamente importante alertar que apesar de algumas figuras, idéias, nomes ou estereótipos ligados a Deusas ou concepções femininas existirem dentro das religiões monoteístas em nada, absolutamente nada, o tipo de crença monoteísta se assemelha ao pagão em relação aos aspectos femininos da mulher ou das divindades, logo, não misturem as coisas.
Curiosidades: A Vênus de Willendorf é hoje, vista como um símbolo universal do poder feminino de fertilidade e abundancia proveniente da “Deusa Mãe” a quem direcionam a criação e sustentação do universo. Para os que trabalham com poder simbólico e criação de amuletos, usar a estátua perto da cama do casal ou no escritório significa, respectivamente, atrair fertilidade sexual e SUCESSO financeiro.


Poesia

QUANDO A CÓSMICA INDIFERENÇA DA VIDA ESTÁ PERTO


Quadro de Francine Van Hove


Este é um modo especial
de me reconhecer quando pouco
sei quem sou ou quando a vida
em sua cósmica indiferença
me atropela sem muito barulho.

Primeiro procuro os meus detalhes
perdidos: as coisas que me fizeram
chegar até aqui, especialmente,
as mais adoráveis e simples.
Depois, vasculho os olhares alheios,
tentando pescar de outras bocas
se sou louca ou se algum dia fui sã.

Não espero muito para amanhã.
Corro e redesenho
todas as coisas que me fazem
maior do que sou,
mais iluminada,
mais inexplicável.

E sem deixar me reduzir
pela indecisão nossa de cada dia,
salto para dentro do meus caos
essencial, rasgando a pele,
fraturando os céus,
gritando para afastar
o medo que todo dia está mais perto.

Quando o sol está aberto
e eu posso enxergar as minhas imperfeições
com clareza, fico nua diante
de mim, de ti, dessa
que ainda pouco entendo
e que muito desconheço
e morrendo de dentro para fora
e de fora para dentro,
eu cresço.


Karla Bardanza




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