domingo, 27 de janeiro de 2013

O poema constrói a sua própria realidade





Com as mãos enterradas no lado apócrifo dos pais
avançam


Levam os mananciais dos sonhos arcaicos
o sismo das palavras
as insígnias de um deus esquecido
como cavilhas
                          o sangue


No ângulo dos gestos descrevem o crime
das rosas
o tumulto dos nomes
na boca das viúvas


E pelas cicatrizes das máscaras abrem rastos
até onde o silêncio magnético
relincha
                           e se apruma



Peixes vermelhos.  O  anel do tanque.  um centro em  círculo. Relâmpagos.  
Furnas de segredos.  Por cima, as águias relincham. Cata-ventos –atirados
ao nó dos abismos. E um ribeiro enrola-se ao tronco das árvores. Segue
as pegadas dos rituais antigos. O céu cai a pique.



 Ó memória de barro!  por onde sobem os anjos negros.



As têmporas molhadas , circulando á volta das Lâmpadas. A roda dos hálitos
nocturnos.  Os propulsores da  rapariga  incendeiam a nova estátua,  dentro,
no espelho.   E em cada palavra a flauta vertebral renasce, vermelha, ao alto,
com penas ameríndias.

 

Ah! a barbatana do sangue. O animal. Exangue.

                                                   Por baixo , a flor : oculta. Febril.


O poema constrói a sua própria realidade
 
 

Saio do diário da composição.
Nu .
Com a carne pendurada nas trevas.
Movimento em redor.
Espaço do nada.


Tudo ficou no poema.
Cravado.
Um espigão
nas entranhas.
Ao lado,
o negro anjo.
Morto.


E o meu pensamento procura,
de novo,
o rumo de outras paragens,
a sua nitidez
nos espelhos alógenos.

Com as mãos enterradas no lado apócrifo dos pais
avançam

Levam os mananciais dos sonhos arcaicos
o sismo das palavras
as insígnias de um deus esquecido
como cavilhas
                          o sangue

No ângulo dos gestos descrevem o crime
das rosas
o tumulto dos nomes
na boca das viúvas

E pelas cicatrizes das máscaras abrem rastos
até onde o silêncio magnético
relincha
                           e se apruma

Peixes vermelhos.  O  anel do tanque.  um centro em  círculo. Relâmpagos.  
Furnas de segredos.  Por cima, as águias relincham. Cata-ventos –atirados
ao nó dos abismos. E um ribeiro enrola-se ao tronco das árvores. Segue
as pegadas dos rituais antigos. O céu cai a pique.

 Ó memória de barro!  por onde sobem os anjos negros.

As têmporas molhadas , circulando á volta das Lâmpadas. A roda dos hálitos
nocturnos.  Os propulsores da  rapariga  incendeiam a nova estátua,  dentro,
no espelho.   E em cada palavra a flauta vertebral renasce, vermelha, ao alto,
com penas ameríndias.

Ah! a barbatana do sangue. O animal. Exangue.
                                                   Por baixo , a flor : oculta. Febril.
O poema constrói a sua própria realidade