terça-feira, 19 de julho de 2011

Encantadoras

Em 15 anos, imigração a São Paulo cai mais de 50%


Daniel Milazzo
Especial para o
UOL Notícias
São Paulo recebe menos da metade dos imigrantes de 15 anos atrás, revela análise do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada hoje (15), a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) de 2009.
 
Em 2000, São Paulo havia recebido 1,2 milhão de novos imigrantes ao longo dos cinco anos anteriores. A queda já ocorreu logo no período posterior, uma vez que, em 2004, o número de imigrantes caíra para 832 mil. O processo se acentuou nos anos seguintes: em 2009, São Paulo havia recebido 535 mil imigrantes durante os cinco anos anteriores. O dado de 2009 equivale a 43,7% daquele de 2000.
 
A diminuição no volume do fluxo migratório no Brasil nos últimos anos aconteceu de forma ampla. Nos últimos 15 anos, São Paulo saiu da condição de "área de baixa absorção migratória" para "área de rotatividade migratória". Em 2000, o Estado tinha 339 mil mais imigrantes do que emigrantes, ao passo que em 2009 o fluxo se inverteu, havendo 53 mil mais emigrantes do que imigrantes.
 
Semelhante processo se verifica no Rio de Janeiro. O Estado que em 2000 possuía 45 mil imigrantes a mais do que emigrantes, chegou a ter, quatro anos mais tarde, o número de emigrantes superior em 89 mil em relação ao de imigrantes. Em 2009, o fluxo de pessoas que deixaram o Rio de Janeiro foi superior em 24 mil pessoas na comparação com a quantidade daqueles que haviam elegido o Rio de Janeiro como nova residência.
 
De uma maneira geral, as estatísticas mostram que o Sudeste é hoje uma área de rotatividade migratória. Minas Gerais, que durante décadas foi um lugar de evasão migratória, hoje possui taxas semelhantes de imigrantes e emigrantes. O Espírito Santo, por sua vez, passou a ser um Estado que atrai novos imigrantes.

Nordeste-Sudeste
 
Um dos fluxos historicamente mais intensos na migração interna no país, o Nordeste-Sudeste, enfraqueceu-se bastante desde 1995. Em 2000, quase 1 milhão de pessoas deixaram o Nordeste rumo ao Sudeste. Em 2004 e 2009, o número recuou para 548 mil e 444 mil, respectivamente.
 
Os pesquisadores do IBGE destacam que, embora o Nordeste ainda seja uma área que perde população, o ritmo da emigração está caindo. A região saiu de um déficit migratório de 764 mil pessoas em 2000 para 187 mil em 2009. Bahia e Maranhão continuam sendo Estados dos quais muitos habitantes saem. O principal destino dos emigrantes maranhenses é o Pará, enquanto a maioria dos baianos (56%) vai para São Paulo.
 

Justiça da Argentina condena militares da ditadura à prisão perpétua

A Justiça argentina sentenciou nesta quinta-feira à prisão perpétua um general e um coronel da ditadura (1976-1983) por crimes no centro de tortura por onde passaram o escritor Haroldo Conti, o roteirista Héctor Oesterheld, a alemã Elisabeth K'semann e os franceses Françoise Dauthier e Juan Soler, constatou a AFP.
 
O ex-general Héctor Gamen, 84 anos, e o ex-coronel Hugo Pascarelli, 81, foram "condenados a pena de prisão perpétua por homicídio qualificado, privação ilegítima da liberdade e tortura" no centro clandestino "El Vesubio".

O coronel Pedro Durán Sáenz, quem comandou esse centro clandestino durante a ditadura (1976/83), faleceu em junho, no meio do julgamento.

O julgamento foi aberto em fevereiro de 2010 e diz respeito a 156 crimes, entre eles 17 fuzilamentos.
 
Por "El Vesubio" passaram 2.500 prisioneiros, entre 1976 e 1978, quando o centro foi demolido, ante a iminente chegada da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
 
O governo alemão, representado pelo advogado argentino Pablo Jacobi, apresentou-se como querelante pelo caso K'semann, pedindo prisão perpétua para os dois militares.
 
K'semann, uma socióloga de 30 anos, nascida em Gelsenkirchen, filha do professor universitário e teólogo luterano Ernst K'semann, foi sequestrada em 1977 e esteve 8 semanas desaparecida até aparecer crivada de balas num terreno baldio, junto com outros 15 prisioneiros de "El Vesubio".
 
A secretaria de Direitos Humanos e outros querelantes pediram que esses crimes sejam considerados "parte de um genocídio".
 
O escritor Haroldo Conti, o cineasta Raimundo Gleyzer e o roteirista Héctor Oesterheld, que também tevem quatro filhas desaparecidas, foram vistos nesse campo, assim como Françoise Dauthier e Juan Soler, dois dos 18 franceses vítimas da ditadura.

Dauthier, nascida em 1946 na França, foi levada de sua casa, na periferia sul de Buenos Aires e trasladada a "El Vesubio" com suas duas filhas menores, Natalia e Clarisa Martínez, de 18 meses e 3 anos, entregues depois aos avós.
 
Soler, um ex-sacerdote e operário da construção civil, tinha 42 anos quando foi sequestrado em sua casa, em abril de 1977.
 
"Estávamos todos machucados, sujos, esfarrapados e mortos de fome. No dia 23 de maio (de 1977) nos chamaram um a um e nos levaram à cozinha (...) Foi a última vez que os vi", disse Elena Alfaro, uma das 75 sobreviventes do campo, ao prestar depoimento por videoconferência, a partir de Paris.
 
Como em muitos outros centros de extermínio, também lá houve mulheres grávidas que deram à luz em cativeiro antes de desaparecerem, como María Trotta e Rosa Taranto, cujos filhos roubados ao nascer recuperaram a identidade em 2007 e 2008, respectivamente.
 
"El Vesubio" funcionou num prédio da SPF na periferia sudoeste de Buenos Aires, na jurisdição do Primeiro Comando do Exército, do temido general Carlos Suárez Mason, já falecido.
 
A causa foi reaberta em 2003, depois que o Congresso anulou as leis de anistia de 1986 e 1987.

Cerca de 30.000 pessoas desapareceram durante a ditadura, segundo organismos humanitários

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